sexta-feira, 14 de setembro de 2012
Review: 23
(Quase) Nada a ver com o filme de Jim Carey, estrelado por Joel Schumacker. 23 é um thriller alemão de 1998, baseado na história real do hacker alemão Karl Koch, que nos anos 80, final da Guerra Fria, vendia informações para a KGB.
O título é uma referência à obsessão do protagonista com o número 23. O 23 skidoo ganhou fama com o escritor William S. Burroughs, outro paranoico de carteirinha. Karl Koch tinha por livro de cabeceira a Trilogia Illuminatus!, série cult de Robert Shea e Robert Anton Wilson, que, dentre teorias conspiratórias de todo o tipo, traz o número maldito.
Filho do editor de um jornal de extrema-direita, Karl Koch vira um ativista radical de esquerda, inspirado pelo livro que lera quando criança. Não tarda muito para o rapaz virar um hacker e se envolver com traficantes e espiões. Por idealismo, opta pelo lado dos russos, já que odeia os americanos imperialistas.
Claro que os livros de Shea e Wilson são um deboche declarado aos teóricos da conspiração. Mas Karl Koch levava tudo aquilo a sério e, com o tempo entra numa espiral descendente, alimentada pelo seu vício em cocaína, que culminará em trágicas consequências.
23 vale a pena ser conferido, principalmente pelo clima low tech duma época pré Internet, que traz um charme especial à história. Os hackers acessam a BBS (para o pessoal mais novo: uma espécie de mãe da Internet), usando um Commodore 64 (que na época era um brinquedo bem caro).
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