Neste aspecto, a dupla Spielberg/Peter Jackson não me decepcionou ao adaptar o personagem de Hergé, ou, como os franceses gostam de chamar, "Walt Disney europeu". Confesso que não conheço muito das histórias do Tintin. Li alguma coisa na infância, e me lembro que eram gibis numa linha mais classe-média-alta, daqueles que não se vendiam em bancas, mas em livrarias, em belas edições encadernadas, na linha do também francês Asterix, e eram acessíveis só para alguns amigos meus mais abastados.
De qualquer forma, me interessei pelo personagem e vou procurar os gibis, assim como os desenhos antigos (que passavam na TVE, se não me engano). É uma pena que esses tipo de gibi (assim como o Asterix) hoje são raros de encontrar em livrarias. Talvez o filme sirva de "incentivo" para as editoras, vamos ver...
O pessoal aqui do blog conhece a identidade secreta do Tintin, quando ele não está trabalhando como repórter investigativo. O blusão azul com a gola para fora, a gabardini bege, o topete (hoje em dia, bem mais rarefeito), e a preferência por amigos da ala da geriatria.
Tintin fugindo da ira de seu desafeto Michel Hallal |
DR. CLAUDIOMAR: Ai! Se pelo menos tivesse a minha pinga... TINTIN: eu não bebo café, água, coca-cola, cachaça, nada dessas coisas. |
DR. CLAUDIOMAR: Sem querer ofender, guri. Na bunda tu não toma? |
Muito bom o post. Pretendo assistir ao filme em breve. Mas devemos tomar cuidado pra nao revelarmos a identidade secreta do Tintin, nem o local preciso em que mora atualmente, sob pena de colocarmos em risco os outros dois filmes da trilogia….hehe.
ResponderExcluirQuanto aos gibis, confesso que sou pouco conhecedor tambem. Li alguma coisa de forma aleatoria. A cia das letras aproveitou o lancamento do filme pra relancar a aventura que foi adaptada por Spielberg. Quanto ao preco, e bom lembrar que, na Franca e na Belgica, gibi nao e coisa de crianca. La esses lancam somente esses encadernados mesmo, uma tradicao que ja esta sendo incorporada pelos comics americanos.
Po, o cara e a lata do Claudiomar mesmo...
Legal! Enquanto não saem os encadernados, estou lendo os originais em francês, como faria o Rodrigo Carioca. Se bem que os meus motivos são a falta de opção mesmo, e não o medo de "perder com a tradução".
ResponderExcluirO gibi é bem parecido com o filme, apesar de algumas modificações que eu achei desnecessárias (tal como a forma em que o Capitão Haddock é introduzido na história).
O traço é bem datado para os padrões atuais: quase não há cenários e a caracterização dos personagens é bastante flat, mesmo comparando com gibis de traço mais cartunesco (como os já mencionados Academia Umbrella e Hellboy).
Por outro lado, os balões são cheios de falatório, ou seja, o gibi está mais para um livro ilustrado do que uma HQ propriamente dita. Quem está acostumado com a linguagem radicalmente "visual" dos quadrinhos modernos certamente vai estranhar. Mas o roteiro tem qualidade, o que, no final das contas é o que importa.
Claro que tem que se dar um desconto para a visão colonialista/racista/reaça que Hergé apresentava à época. Se bem, que naquela época, quem não era? Feio é haver gente bem pior neste quesito nos dias de hoje, como o Sr. Frank Miller.
De qualquer forma, essa fase parece que é mais presente nas histórias do início de carreira, como Tintin no Congo e Tintin no país dos sovietes. [Pô, só faltou colocar Tintin em Cuba...] Mas essa história do Unicórnio (ou Licórnio) já é mais neutra politicamente, e acredito que seja uma evolução na carreira de Hergé.