Como Nick Hornby tão bem define em seu livro "Alta Fidelidade", todo homem tem suas listas particulares, espécies de top 10 de tudo: músicas, discos, livros, atores, atrizes, beldades, jogos de futebol etc. Por isso, e também para não fugir `a regra dos blogs em geral, vou começar a postar aqui uma lista básica daqueles que considero os 10 melhores filmes deste início de milênio. Obviamente, as preferências são pessoais e, claro, deixei de assistir a vários filmes dessa década que passou. Mas, como a proposta do blog é a diversidade de opiniões, vou aguardar os comentários e as opiniões divergentes.
Para começar a lista, vou retroceder até o início da década passada e lembrar aquele que, para mim, é o melhor filme do grande Pedro Almodóvar: "Fale com ela".
Assisti a esse belíssimo filme em 2002, ano de seu lançamento, e `a época fiquei bastante impressionado com a forma como Almodóvar conduz sua história. Como sempre ocorre nas películas do diretor espanhol, vemos um roteiro original repleto de personagens marcantes, situações ao mesmo tempo cômicas e dramáticas e uma belíssima trilha sonora, aqui assinada por Alberto Iglesias.
Como é recorrente na obra do diretor espanhol, o filme enfoca algumas histórias paralelas que, em algum momento da trama, vão se cruzar. Aqui, Almodóvar optou por narrar a história de duas mulheres, Alicia e Lydia, que, em razão de fatalidades do destino, ficam em coma num hospital de Madri. Nesse hospital trabalha como enfermeiro Benigno, responsável por cuidar de Alicia; aos poucos, ele faz amizade com Marco, o atormentado e sensível companheiro de Lydia. No decorrer da película, o espectador fica sabendo de detalhes que revelam a paixão de Benigno por Alicia, um sentimento que o leva a praticar um ato que desencadeia graves consequências nas vidas dos personagens e que redundará num grande dilema moral: afinal, qual o verdadeiro significado de nossas ações? Será possível que uma atitude absolutamente reprovável pode gerar efeitos positivos para aqueles por ela atingidos?
Fosse qualquer outro diretor, teríamos certamente um dramalhão de novela das 9, com muita respostas fáceis e situações-clichê. Mas isso não acontece quando há um grande realizador por trás de um roteiro extremamente bem escrito. Obviamente, Almodóvar ja era um diretor reconhecido internacionalmente quando lançou "Fale com ela", inclusive tendo recebido um Oscar de filme estrangeiro por "Tudo sobre minha mãe". Mas, para mim, foi aqui que ele realizou sua obra máxima, confirmando de vez a virada em uma carreira marcada por temáticas ligadas ao desejo, aos conflitos morais e aos relacionamentos familiares. Nesse filme, o diretor abandonou os exageros de obras anteriores e chegou a sua maturidade como realizador.
Note como está tudo no lugar: o roteiro impecável, as belas atuações, os conflitos morais, a excelente trilha sonora de Alberto Iglesias. Nem a participação de Caetano Veloso estraga o filme; ao contrário, é um momento essencial para entendermos a personalidade de um dos personagens. De bônus, ganhamos ainda um interessantíssimo curta-metragem surrealista inserido na trama e que se revela uma bela homenagem a Buñuel.
Sei que alguns críticos viram o filme como uma concessão de Almodóvar a um cinema mais certinho, portanto, mais palatável ao grande público. Como não vejo problema em cineastas que filmam de maneira tradicional e acredito que um grande cineasta é aquele que faz grandes filmes, ainda incluo "Fale com ela" entre meus filmes favoritos de todos os tempos e Almodóvar entre os grandes cineastas contemporâneos.
belo cartaz do filme |
Como é recorrente na obra do diretor espanhol, o filme enfoca algumas histórias paralelas que, em algum momento da trama, vão se cruzar. Aqui, Almodóvar optou por narrar a história de duas mulheres, Alicia e Lydia, que, em razão de fatalidades do destino, ficam em coma num hospital de Madri. Nesse hospital trabalha como enfermeiro Benigno, responsável por cuidar de Alicia; aos poucos, ele faz amizade com Marco, o atormentado e sensível companheiro de Lydia. No decorrer da película, o espectador fica sabendo de detalhes que revelam a paixão de Benigno por Alicia, um sentimento que o leva a praticar um ato que desencadeia graves consequências nas vidas dos personagens e que redundará num grande dilema moral: afinal, qual o verdadeiro significado de nossas ações? Será possível que uma atitude absolutamente reprovável pode gerar efeitos positivos para aqueles por ela atingidos?
Leonor Watling |
Note como está tudo no lugar: o roteiro impecável, as belas atuações, os conflitos morais, a excelente trilha sonora de Alberto Iglesias. Nem a participação de Caetano Veloso estraga o filme; ao contrário, é um momento essencial para entendermos a personalidade de um dos personagens. De bônus, ganhamos ainda um interessantíssimo curta-metragem surrealista inserido na trama e que se revela uma bela homenagem a Buñuel.
Sei que alguns críticos viram o filme como uma concessão de Almodóvar a um cinema mais certinho, portanto, mais palatável ao grande público. Como não vejo problema em cineastas que filmam de maneira tradicional e acredito que um grande cineasta é aquele que faz grandes filmes, ainda incluo "Fale com ela" entre meus filmes favoritos de todos os tempos e Almodóvar entre os grandes cineastas contemporâneos.
Cara, não vi esse filme, e confesso que tenho um certo preconceito com o Almodóvar. De filmes espanhois, prefiro aqueles com temas fantásticos, tipo Labirinto do Fauno, Cronocrímenes, Abre Los Ojos e Dagon. Talvez o filme do Guillermo Del Toro pudesse figurar nessa lista de melhores da década.
ResponderExcluirO melhor filme do Almodovar, sem dúvida. O legal do Almodovar é o enfoque em situações que de tão peculiares chegam perto do surrealismo, como se configura no enredo de um outro filme do cara: tudo sobre minha mãe.
ResponderExcluirBelo post!
Nem a participação de Caetano estraga, rererere...
ResponderExcluirHehe.. Sem duvida, o labirinto do fauno esta entre os melhore. em breve postarei sobre ele. acho que e um filme que mistura bem o universo fantastico (parece um roteiro escrito pelo Gaiman) com a narrativa historica.
ResponderExcluirCara, acho que essa definição que tu deu de Gaiman+narrativa historica a descrição mais perfeita que se poderia fazer do filme.
ResponderExcluirAdorei o blog e os posts!
ResponderExcluirExcelente ideia expor aos "internéticos" seus conhecimentos de cinéfilo.
Sucesso e parabéns pelo blog ;)
Ah, e já sabes minha opinião sobre "Hable con Ella" => ESTRANHÍSSIMO! No me gusta! hehehe