O último show da turnê do Pearl Jam pelo Brasil fechou de forma maravilhosa a passagem da banda por aqui e confirmou algo que os fãs já sabiam de longa data: o verdadeiro rock and roll se faz com paixão, emoção e competência.
Desde a abertura dos portões do estádio do Zequinha a noite prometia ser única para as cerca de vinte mil pessoas que foram conferir os veteranos de Seattle. A abertura contou com a banda gaúcha Wannabe Jalva, que faz um som bem competente, porém sem provocar grande empatia na plateia. Na sequência, o X mostrou um punk rock de altíssimo nível, com pegada e muito carisma. Interessante foi notar que seus integrantes assistiram a toda a apresentação da banda brasileira e, pelo visto, curtindo bastante.
Ao final da apresentação dos californianos, a primeira grande surpresa da noite: Eddie Vedder entrou para cantar a última música e a emoção começou a tomar conta de todo o estádio, algo que chegaria ao ápice em vários momentos do show do Pearl Jam durante o restante de uma noite mágica.
Com pouquíssimo tempo de atraso, Eddie Vedder e cia. fizeram o estádio tremer com, de cara, dois petardos: "why go" e "do the evolution". Com a plateia na mão, seguiram emendando canção atrás de canção, sempre com uma entrega absurda e uma virtuose inacreditável. Eddie mostrou-se um gigante do rock, comandando a massa e cantando sempre muito bem. Incrível a forma como ele amadureceu como artista ao longo dos anos, sem nunca perder sua integridade.
Talvez uma das grandes características do Pearl Jam seja mesmo o despojamento, ou seja, a eliminação de tudo aquilo que é supérfluo para que somente o que verdadeiramente importa apareça. Músicas como "given to fly", "elderly woman behind the caunter in a small town", "unthought know" e "daughter" foram momentos de absoluta sintonia entre banda e público. Se pauladas como "even flow" e "rearviewmirror" serviram para mostrar que o Pearl Jam sabe como "quebrar tudo" no palco, foram as surpresas "oceans", "crazy mary" e "state of love and trust" que tornaram toda a experiência muito mais especial e incrivelmente única. No entanto foi com "given to fly", "black", "jeremy" e "alive" que a palavra "catarse" fez todo o sentido para os fãs. Como encontrar outra expressão que represente a emoção de escutar esses clássicos ao vivo? Como não reconhecer esses momentos como ímpares e absolutamente marcantes?
A energia que permeou o estádio do Zequinha foi tamanha que, ao escutarmos a cover dos Ramones "i believe in miracles", tenho certeza de que todos nós também acreditamos, pelo menos por alguns instantes, que o mundo pode ser, sim, um lugar melhor. Desde que, é claro, o Pearl Jam continue existindo...
Vedder e Gossard em noite antológica |
A energia que permeou o estádio do Zequinha foi tamanha que, ao escutarmos a cover dos Ramones "i believe in miracles", tenho certeza de que todos nós também acreditamos, pelo menos por alguns instantes, que o mundo pode ser, sim, um lugar melhor. Desde que, é claro, o Pearl Jam continue existindo...
Bacana ver como PoA está com bala na agulha sobre shows de rock. Ringo Starr num dia e Pearl Jam, no dia seguinte. Com certeza foi um showzaço esse. Tenho que fazer um review do Ringo. Abraço!
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