Apesar de um filme estrelado por Justin Tinbarlake fazer qualquer um já torcer o nariz antecipadamente, O Preço do Amanhã (In Time) é uma bela metáfora anticapitalista disfarçada de FC de ação que vale a pena conferir.
Desta vez, o cantor de boy band vive um autêntico heroi da classe operária, que decide lutar contra o sistema após um ricaço arrependido lhe mostrar como funciona a coisa.
No mundo de In Time, todos podem (em tese) viver eternamente. Claro que, como diz o título em português, essa juventude eterna não sai de graça. Quando uma pessoa faz 25, aparece um relógio virtual no pulso, mostrando o tempo que resta ao vivente. Aqui, tempo, literalmente, é dinheiro.
Para sobreviver, a pessoa tem que trabalhar (ou roubar) para ganhar mais tempo de vida. Outra opção é pegar tempo a juros (módicos) num daqueles Credi Matone, administrado por milionários, que, literalmente, sugam a vida dos mais pobres. O modelo urbanístico é dividido em "zonas temporais", cujo custo de vida aumenta gradativamente para selecionar seus habitantes.
Amanda Seyfried faz a mocinha e filha do vilão milionário. Cillian Murphy, o eterno Espantalho, faz o policial que, mesmo explorado, acredita no sistema e faz de tudo para mantê-lo. Qualquer semelhança com a nossa Polícia Militar não é mera coincidência.
O filme ainda conta com um visual retrô que, de certa forma, remete a distopias como Logan's Run (cuja série de TV eu adorava ver na Bandeirantes quando criança) e o já clássico Gattaca.
Taí uma coisa que não se vê todos os dias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário