É isso aí. Já começam a aparecer as primeiras impressões sobre o reinício da série do cabeça-de-teia nos cinemas. Como sou um velho fã do personagem, obviamente irei conferir o filme estrelado por Andrew Garfield, embora esteja com um pé atrás em relação `as invencionices dos novos roteiristas (Gwen trabalhando na Oscorp? Pais do Peter com passado obscuro? Peter skatista??). O primeiro filme, dirigido por Sam Raimi, ainda tem lugar cativo em minha memória afetiva, em que pese o fato de eu achar Tobey Maguire inadequado para o papel.
Parece, conforme a crítica transcrita abaixo, que o pessoal do omelete achou a película bem meia-boca. Se for mesmo parecido com "Homem-aranha 3", vai se confirmar minha previsão de que "Os vingadores" será mesmo o melhor blockbuster do ano. Salvo, é claro, se Christopher Nolan e seu novo "cavaleiro das trevas" cumprirem tudo que estão prometendo.
O Espetacular Homem-Aranha | Da Frigideira
Reboot não aprende com os erros de Homem-Aranha 3
Érico Borgo
25 de Junho de 2012
25 de Junho de 2012
Um dos grandes erros de Homem-Aranha 3 foi como as coincidências moveram a trama. Em O Espetacular Homem-Aranha, reboot da franquia, o mesmo acontece. Esqueça Duende Verde, Lagarto ou Venom... O grande inimigo do super-herói, pelo visto, são os roteiristas preguiçosos.
Imagino que a imagem de uma teia de acontecimentos, que liga todos os aspectos do filme não deixando nada ao acaso - ou à personalidade de outros personagens -, seja atraente demais para produtores e estúdio. Mas a verdade é que essas conexões soam muito menos realistas do que um sujeito sendo picado por uma aranha radioativa (que não é mais radioativa, é... nem sei o que ela é mais, desculpe).
O Espetacular Homem-Aranha erra ao manter essa estrutura, reforçada pelo que há de pior nos quadrinhos recentes, cheios de ideias assim, que todo e qualquer vilão do herói está ligado à sua própria existência, e leva essa chatice às últimas consequências. Não apenas a existência do vilão está ligada à do Aranha, mas a do próprio herói está condicionada ao trabalho do seu pai e do vilão (fizeram algo parecido em Ultimate Homem-Aranha e não ficou bom).
Enfim, se o seu negócio não é um roteiro inspirado e bem planejado, com a dose certa de coincidências e eventos inesperados, talvez este Homem-Aranha até se salve. A ação é divertida, obviamente baseada no legado surtado de Todd McFarlane (as poses são ótimas e extraídas das HQs que sacudiram o mercado editorial há duas décadas), com combates legais (e um 3D decente) e o elenco está ótimo, o ponto alto do filme - que usa bem as habilidades em diálogos fofos do diretor Marc Webb.
A caracterização dos personagens (exceto o descaracterizado Lagarto, que deixou de ser uma fera descontrolada) também agrada, com o Peter Parker (Andrew Garfield) atormentado pela sua responsabilidade e extravasando isso ao vestir a máscara do Homem-Aranha, cheio de piadinhas. Além disso, Gwen Stacy (Emma Stone) é a Gwen Stacy que cresci lendo (fora o emprego que arrumaram pra ela que é decepcionante e parte do problema citado lá no começo).
Vá muito bem preparado para o pior, porém, se você até agora não entende o motivo de umreboot recontando a origem - que já está perfeitamente estabelecida na cabeça de todo mundo - e as razões pelas quais os produtores decidiram que, ao invés de seguir com uma história legal de ação, apresentando um vilão novo, acharam que a história dos pais de Peter seria algo digno de um filme. A própria divulgação de O Espetacular Homem-Aranha diz que essa é a "história nunca antes contada" do herói. Talvez o fosse por um bom motivo.
Aguarde a crítica na semana do lançamento do filme, que chega aos cinemas em 6 de julho.
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