sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

balanço de 2011: filmes

Continuando (e finalizando) o balanço de 2011, fiz uma breve lista dos melhores filmes do ano. Não assisti a tantos assim. Dos blockbusters, realmente não tenho paciência para "Transformers" ou "Harry Potter", que foram, sem dúvida, dois sucessos estrondosos de bilheteria, talvez os maiores do ano. Também não conferi ainda os badalados "Melancolia" e "A árvore da vida" (farei isso em breve) e "A pele que habito". Por isso  incluí alguns filmes que vi em DVD ou Blu-ray também. 
Sem dúvida, o melhor filme que vi no cinema este ano foi "Cisne negro", do Aronofsky. Impactante, muito bem dirigido e com uma Natalie Porman excelente no papel da bailarina que vai enlouquecendo na medida em que o filme se desenvolve.  É, pra mim, o melhor filme do diretor e o melhor de 2010, junto com "A rede social", de David Fincher, e "Inception", do Nolan. Mas, como a lista procurou prestigiar os filmes lançados em 2011, esses ficam com uma menção honrosa.
1 - "Meia-noite em Paris" (Woody Allen)
Allen é um dos maiores cineastas vivos. Isso é fato. Assim como é fato que ele filma demais, lançando quase um filme por ano e mantendo uma regularidade impressionante. Sei que ele comete alguns deslizes, mas em geral acerta em cheio. E "Meia-noite em Paris" é ótimo. Gostei de tudo, mas principalmente da crítica ao consumismo e ao "modo de vida americano", inserida de forma muito bem-humorada nos diálogos afiadíssimos que percorrem o filme. Vale a pena ver e rever.

Marion Cottilard e Owen Wilson dando uma volta em Paris

















2- "X-MEN: primeira classe" (Matthew Vaughn)
Sei que tem muita gente que é fã da trilogia original, mas achei este o melhor da série até aqui. Muita ação, roteiro bem amarrado e a grande sacada de ambientar tudo nos anos 60. Não tem nada a ver com os quadrinhos, mas funciona muito bem como filme de super-herói. Gosto cada vez mais dos filmes de Matthew Vaughn, que já tinha feito "Stardust" e "Kick-ass" e aqui entregou seu melhor trabalho. E ainda consagrou de vez o excelente Michael Fassbender, que já estava fantástico em "Bastardos Inglórios" e simplesmente arrebentou como Magneto. 



3 - "Planeta dos macacos: a origem" (Rupert Wyatt)
Não levava fé nesse prelúdio. Talvez por isso tenha gostado tanto. Claro que o grande destaque são os efeitos da WETA, empresa do Peter Jackson que criou os macacos digitais mais realistas da história. Mas acho que o filme é mais do que isso. A trama flui bem e consegue surpreender e manter a atenção até mesmo do mais calejado dos fãs de ficção científica, o que não é pouco. Espero que não estraguem tudo na continuação.




4 - "O palhaço" (Selton Mello)
Filme muito bem conduzido pelo Selton Mello, que também atua, roteiriza, monta, faz o cafezinho, enfim, é um verdadeiro diretor autoral. A história oscila entre o cômico e o melancólico, sempre comovendo o espectador. Selton Mello conseguiu contar uma história genuinamente brasileira e, de quebra, nos deu a melhor atuação de um ator brasileiro nos últimos anos. E não falo dele próprio, mas do impagável Moacyr Franco, que está soberbo no filme, Quem não viu, confira e confirme.


5 - "Um conto chinês" (Sebastián Borensztein)
Não é só no futebol que os argentinos estão nos superando em habilidade (Neymar que o diga!). O cinema dos "hermanos" é muito bom, um dos melhores do mundo atualmente. Sempre com histórias simples, bem contadas e muito humanas. Depois do excelente "O segredo dos seus olhos", Ricardo Darín dá outro show nesse filme que é uma aula de como contar uma boa história sem resvalar para a pieguice. O choque cultural, o desafio da convivência entre duas pessoas de mundos diferentes e até mesmo o medo do envolvimento amoroso são temas presentes aqui, desenvolvidos com muito talento e com aquele toque de sutileza que só os argentinos sabem dar.


E quanto aos filmes da Marvel Studios? Bons ou ruins? Bem, tenho a impressão de que o maior problema dos filmes da Marvel a partir de "Homem de Ferro" é a total ausência de uma marca mais autoral. Não que os filmes sejam ruins. Gostei do filme do Capitão e mais ainda do Thor dirigido pelo Kenneth Brannagh, mas acho que falta a eles mais ousadia, algo que a DC tem tido de sobra com os filmes do Batman dirigidos pelo Nolan. Por isso não os coloco na lista. 
Por outro lado, a DC literalmente quebrou a cara com o filme do Lanterna Verde. Que filmezinho. Não é ruim. Pior: é medíocre. Pegaram um dos melhores personagens da DC, com uma mitologia de mais de 50 anos e fizeram um roteiro muuuito mequetrefe, misturando de tudo: Sinestro, Parallax, Amanda Waller e Hector Hammond. Uma salada indigesta para os fãs das hq's. Melhor ficar mesmo com os desenhos que saíram em DVD por aqui.
Para finalizar o ano, vale mencionar ainda a estreia de "Missão impossível: protocolo fantasma". O filme é uma boa surpresa. Ainda acho o primeiro, dirigido pelo Brian De Palma, o melhor, mas gostei bastante desse, que tem muita ação, uma história jamesbondiana que flui direitinho e a Paula Patton (ai, ai…). É só desligar o cérebro e curtir.  

A muy hermosa Paula Patton

3 comentários:

  1. Vi o Meia-noite em Paris essa semana e gostei bastante. Mas não colocaria entre os melhores filmes do ano, a não ser no caso desse ano em particular, que foi bem fraco. O X-Men First Class foi legal mesmo, e até injustamente subestimado. O Capitão foi legalzinho, considerando o problema que é tirar leite de pedra de um personagem ruim por definição. E notei alguns defeitos especiais, principalmente na cena de perseguição ao bandido nazista, logo após o Capitão tomar seu coquetel de anabolizantes. Cromakey bagaceira que evergonharia até o Chapolin Colorado.

    O Planeta dos Macacos foi bom, MAS... peca por não seguir o argumento do livro de Pierre Boule e do filme original de Rod Serling, ou seja, não é ficção sociológica ou sátira social. Começa muito bem e segue assim até o terceiro ato, falhando epicamente ao apelar para milhares de macacos (surgiram daonde?) soltos em San Francisco. Deve ter sido exigência do estúdio.

    Os outros dois eu não vi. Colocaria o Super 8 entre os melhores, apesar de também ter suas falhas.

    Como já disse, foi um ano bem fraco.

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  2. Ainda não vi meia-noite em Paris (a caixa do Woody está com um superdescontão no submarino. Claro que não inclui o filme em questão.
    Porra, não vou comentar: não vi nenhum dos filmes, ainda.
    Estou longe, longe...
    Ah, o cinema argentino tem produzido muitas obras interessantes, quase sempre com a presença do Darín: como exemplos cinco rainhas, o segredo de teus olhos e abutres.
    O que foi indicado acima fica na lista dos filmes a serem vistos.

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  3. Estou procurando assistir aos filmes mais "aplaudidos" em 2011 e ontem, comecei pelo tão comentado "Melancolia". Perdoem-me os cinéfilos de plantão que teceram "horrores" de elogios ao filme, mas foi muita "melancolia" num filme só! Meu Deus!!!
    Embora aborde alguns temas "indigestos" para muitos, como: casamento, relações de poder no trabalho e na família, recalques e dores de cotovelos - comuns em qualquer sociedade - o que é interessante, há filmes muito melhores! De qualquer forma, se a intenção do diretor era passar uma sensação de mal estar, agonia e até certa “melancolia” ao telespectador, foi exitoso.
    Assisti também ao "La Piel que Habito" de Almodóvar ==>> Recomendadíssimo! O filme é instigante, inteligente e surpreendente. As cenas de cativeiro lembraram o argentino “El Secreto de sus Ojos”. O filme tem elementos bem interessantes que lembram “Frankenstein”, um médico obstinado beirando à loucura, o objeto da loucura do médico, o próprio “Frank”, e os sentimentos de obsessão e vingança. Vale a pena!
    Próximos da lista: O Palhaço e Além da Vida,de Clint Eeastwood.

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