Grant Morrison é um dos grandes autores de quadrinhos dos últimos 20 anos. Desde seus trabalhos com o "homem-animal", no final dos anos 80, o roteirista escocês tem formado, junto com Neil Gaiman e Alan Moore, a tríade de ouro dos autores da chamada "segunda invasão britânica". A primeira havia sido na música, quando os Beatles e os Stones dominaram as paradas dos Estados Unidos.
Enquanto Gaiman e Moore têm produzido pouco para as majors americanas, Morrison é, juntamente com Geoff Johns, simplesmente um dos principais roteiristas da DC já há alguns anos. Nem sempre ele acerta, mas é inegável que suas histórias trazem conceitos bastante ousados e um toque autoral inconfundível, coisas raras nos quadrinhos atuais. Além disso, Morrison tem um conhecimento enciclopédico da (bagunçada) cronologia da DC, e faz questão de recuperar e reinserir vários elementos das diversas eras da editora nas histórias atuais. Um bom exemplo do talento do escocês é a minissérie "all-star superman", talvez a melhor história do personagem desde a fase de John Byrne; essa minissérie foi adaptada para uma animação que saiu em DVD no Brasil e é uma boa pedida para quem curte uma história de super-heróis bem contada e sem grandes pretensões.
Morrison em momento reflexivo ("não sou Lex Luthor"!) |
Como todo mundo sabe, a DC está zerando (novamente) sua cronologia e recontando (mais uma vez!!) a origem de alguns personagens, com a finalidade de atrair novos leitores e combater a crise de vendas que os quadrinhos vêm sofrendo na última década (culpa de histórias ruins e downloads gratuitos). Morrison ficou responsável pela clássica "action comics" e está reformulando totalmente a mitologia do superman. Ainda vai demorar pra esse trabalho chegar aqui, mas a crítica já anda dizendo que é uma das poucas coisas que têm valido a pena nesse "reboot" geral da DC. Pelo que vi, Morrison está aproveitando vários aspectos já consagrados do cânone do homem de aço para modernizar e, ao mesmo tempo, anarquizar um pouco o universo do superman. Vamos aguardar. E confiar.
superman sentindo os efeitos da política criminal americana |
Eu gostei do desenho All-star Superman, mas o gibi é ligeiramente melhor. Apesar de ter algumas subtramas meio encheção de linguiça.
ResponderExcluirMas já havia comentado que a melhor história do Azulão é o Supremo, do mestre Alan Moore.
Outra que gostei também é aquela Entre a Foice e o Martelo, contando a versão do Super nascido numa fazenda coletiva na Ucrânia e tentando transformar o mundo numa utopia socialista.
Agora, dizem que o reboot da DC tem dado bem mais certo que o da Marvel, cujas vendas só despencam. Mas não me interessei em ler cada um para comparar.
Ainda não vi o desenho, mas o gibi é muito bom. Supremo preciso ler, ainda estou comprando pra ler depois. Entre a foice e o martelo ta esgotadíssima, então estou esperando relançarem, mas só ouvi coisas boas a respeito.
ResponderExcluirPelo que tenho visto, o reboot da DC ta indo bem de vendas, mas a qualidade não melhorou muito, não… Acho que vou acompanhar só alguns títulos mesmo. A Marvel não rebootou, apenas deu uma mexida em alguns personagens. De qualquer forma, as duas têm primado pela baixa qualidade, tanto de roteiros quanto de desenhos, tirando algumas exceções, como o selo Vertigo e algumas histórias da Marvel. Gostei muito das histórias do punho de ferro, por exemplo. Mas é só.
Tens razão, a Marvel não rebootou. Mas parece que querem fazer alguma coisa parecia. E tem primado pela baixíssima qualidade.
ResponderExcluirEntre a Foice e o Martelo eu li no iPad, no site do coringa-files. Realmente, nunca vi para vender pelas livrarias daqui. Ainda bem que existem as fontes alternativas. Tanto a Foice como o Supremo têm finais parecidos, e acho que o primeiro copiou o segundo, neste aspecto. Mas não tira o mérito da obra, que é uma abordagem bem legal do Super.
Acho que os regulares da DC também estão no mesmo patamar da Marvel, talvez um pouquinho menos pior, o que não serve como mérito.
Fato é que os quadrinhos de qualidade hoje em dia são os que saem desse circuito Marvel-DC. Gosto muito dos lançamentos da Dark Horse, por exemplo. Além do Hellboy e seus spin-offs (como o BPDP e o engraçadíssimo especial de Helloween com Hellboy Jr.), curti as séries do caçador de vampiros Lord Baltimore. Histórias de terror despretensiosas, à maneira antiga, na linha dos clássicos Tales From The Crypt.
Também li o Academia Umbrella, que tu sugeriste, e achei bem divertido. Talvez até rendesse uma série de animação. Claro, que passando em horário adequado e sem os cortes para transformar em coisa de criança. Curti o traço do brasileiro Gabriel Bá, que me pareceu muito "influenciado" pelo de Mike Mignolla. Este último, por sinal, merecia um post próprio.
O Supremo ta na minha lista pra 2012. Realmente, a Dark Horse tem coisas bem interessantes. Estou acompanhando o Rex Mundi e achando bem legal, tanto a historia quanto os desenhos. Ainda não tive chance de ler o Hellboy, mas sou fã do traço do Mignola desde os tempos em que ele desenhava uns especiais do Batman.
ResponderExcluirUmbrella Academy é bem interessante e, agora que mencionou, realmente o traço do Bá lembra mesmo o do Mignola. O segundo volume é ainda melhor do que o primeiro.
A Marvel e a DC tão muuito ruins. Das mensais, tenho lido o superman do Straczynski e tenho gostado bastante. Fora isso, só encadernados.
Teve uma época que o cara encontrava encadernados do Hellboy naquelas bancas que vendem o estoque encalhado, por volta de 10 reais. Consegui comprar o Verme Vencedor. Os outros tive que ler pelos meios alternativos mesmo. Muitos eu acho que nem chegaram ao Brasil, como o caso do Lord Baltimore.
ResponderExcluirA parte 2 do Umbrella é mais legal mesmo.
Sobre esse circuito Marvel DC, eu acho que é aquele lance de estrela pornô coroa. Já deu o que tinha que dar. Não vejo sentido em fazer gibis regulares de personagens como Batman e Superman. Preferia muito mais que lançassem UMA história boa por ano de cada um. Mas vou dar uma conferida nesse Superman do Straczynski.
Uma historia por ano seria no mundo ideal. Infelizmente, o mercado e mais cruel… O que tem salvado sao os encadernados. Evitam que a gente tenha que aguentar um monte de historias ruins enfiadas no mix mensal. Recomendo muito os do lanterna verde e (pasme!) do capitao america lancados este ano.
ResponderExcluirMesmo assim, tem mensais boas, como essa do superman e ate algumas da marvel, que eu nao tenho acompanhado. Essa Lord Baltimore nao e a mesma Baltimore e o vampiro, que saiu por aqui?
Tô lendo e curtindo o Super com visual Bruce Springsteen. Essa versão do Azulão engajado em causas sociais pode render alguma coisa legal. E certamente atrairá a simpatia do público que não curtia muito o Escoteirinho.
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