sexta-feira, 29 de junho de 2012

Angelina Malévola

Na onda de filmes de contos de fada, achei esse visual da Jolie como Malévola muito legal! Talvez só ela já valesse o filme. E provavelmente vai ser só isso mesmo.


quarta-feira, 27 de junho de 2012

curta sci-fi made in Russia

Impressionante esse curta-metragem feito pela "Phillips Cinema" e filmado na Rússia, com a participação de Ridley Scott na produção. Foi dirigido por Carl Rinsch, que ano que vem faz sua estreia em longas-metragens com o filme de samurai "Os 47 ronins", estrelado por Keanu Reeves. A estética do curta me lembrou bastante as histórias da saudosa revista "Aventura e ficção", que trazia um pouco do que havia de melhor na produção europeia dos anos 80, inclusive com alguns belíssimos desenhos do grande Moebius. A pergunta que fica é: por que não temos mais filmes de ficção científica com essa qualidade?


terça-feira, 26 de junho de 2012

primeiras críticas de "O espetacular homem-aranha"


É isso aí. Já começam a aparecer as primeiras impressões sobre o reinício da série do cabeça-de-teia nos cinemas. Como sou um velho fã do personagem, obviamente irei conferir o filme estrelado por Andrew Garfield, embora esteja com um pé atrás em relação `as invencionices dos novos roteiristas (Gwen trabalhando na Oscorp? Pais do Peter com passado obscuro? Peter skatista??). O primeiro filme, dirigido por Sam Raimi, ainda tem lugar cativo em minha memória afetiva, em que pese o fato de eu achar Tobey Maguire inadequado para o papel.
Parece, conforme a crítica transcrita abaixo, que o pessoal do omelete achou a película bem meia-boca. Se for mesmo parecido com "Homem-aranha 3", vai se confirmar minha previsão de que "Os vingadores" será mesmo o melhor blockbuster do ano. Salvo, é claro, se Christopher Nolan e seu novo "cavaleiro das trevas" cumprirem tudo que estão prometendo.



O Espetacular Homem-Aranha | Da Frigideira

Reboot não aprende com os erros de Homem-Aranha 3

Érico Borgo
25 de Junho de 2012

Homem-Aranha
Homem-Aranha
Homem-Aranha
Homem-Aranha
Um dos grandes erros de Homem-Aranha 3 foi como as coincidências moveram a trama. Em O Espetacular Homem-Aranhareboot da franquia, o mesmo acontece. Esqueça Duende Verde, Lagarto ou Venom... O grande inimigo do super-herói, pelo visto, são os roteiristas preguiçosos.
Imagino que a imagem de uma teia de acontecimentos, que liga todos os aspectos do filme não deixando nada ao acaso - ou à personalidade de outros personagens -, seja atraente demais para produtores e estúdio. Mas a verdade é que essas conexões soam muito menos realistas do que um sujeito sendo picado por uma aranha radioativa (que não é mais radioativa, é... nem sei o que ela é mais, desculpe).
O Espetacular Homem-Aranha erra ao manter essa estrutura, reforçada pelo que há de pior nos quadrinhos recentes, cheios de ideias assim, que todo e qualquer vilão do herói está ligado à sua própria existência, e leva essa chatice às últimas consequências. Não apenas a existência do vilão está ligada à do Aranha, mas a do próprio herói está condicionada ao trabalho do seu pai e do vilão (fizeram algo parecido em Ultimate Homem-Aranha e não ficou bom).
Enfim, se o seu negócio não é um roteiro inspirado e bem planejado, com a dose certa de coincidências e eventos inesperados, talvez este Homem-Aranha até se salve. A ação é divertida, obviamente baseada no legado surtado de Todd McFarlane (as poses são ótimas e extraídas das HQs que sacudiram o mercado editorial há duas décadas), com combates legais (e um 3D decente) e o elenco está ótimo, o ponto alto do filme - que usa bem as habilidades em diálogos fofos do diretor Marc Webb.
A caracterização dos personagens (exceto o descaracterizado Lagarto, que deixou de ser uma fera descontrolada) também agrada, com o Peter Parker (Andrew Garfield) atormentado pela sua responsabilidade e extravasando isso ao vestir a máscara do Homem-Aranha, cheio de piadinhas. Além disso, Gwen Stacy (Emma Stone) é a Gwen Stacy que cresci lendo (fora o emprego que arrumaram pra ela que é decepcionante e parte do problema citado lá no começo).
Vá muito bem preparado para o pior, porém, se você até agora não entende o motivo de umreboot recontando a origem - que já está perfeitamente estabelecida na cabeça de todo mundo - e as razões pelas quais os produtores decidiram que, ao invés de seguir com uma história legal de ação, apresentando um vilão novo, acharam que a história dos pais de Peter seria algo digno de um filme. A própria divulgação de O Espetacular Homem-Aranha diz que essa é a "história nunca antes contada" do herói. Talvez o fosse por um bom motivo.
Aguarde a crítica na semana do lançamento do filme, que chega aos cinemas em 6 de julho.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Review: Rocksmith

Rocksmith é a realização de um grande sonho que eu tinha na adolescência: uma máquina que te ensina a tocar guitarra. E atualmente tornou-se um verdadeiro vício para mim.

Não se engane com os reviews negativos que circularam pela Net. O jogo é muito bom mesmo. Quer dizer, ele não chega a ser propriamente um jogo, mas um método de ensino de guitarra.

A primeira impressão que ele me deu foi bastante decepcionante. Mas logo descobri que o Rocksmith tem uma sacada de ir incrementando a dificuldade da música conforme o progresso do guitarrista wannabe. Então, o que parecia no início um Guitar Hero mais sofisticado, logo se revela como a real thing.

Nesse vídeo com o guitarrista do Angra, o cara explica direitinho como funciona o jogo.



Os únicos contras do jogo ainda é a seleção de músicas, que deixa muita a desejar e a ausência de suporte para baixo. Muita banda indie ruim que nunca ouvi falar. Mas sempre tem clássicos que salvam, como Cream, Lynyrd Skynyrd, Deep Purple, dentre outros. Contudo, o segundo quesito (baixo) já está sendo implementado e virá em meados de setembro.

E... sim, o jogo funciona com uma guitarra de verdade, qualquer uma que você tenha em casa. Não precisa daquela guitarra de brinquedo do Guitar Hero e Rockband.

Para quem sempre sonhou em aprender guitarra, o troço é um presente dos deuses!

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Teorias sobre Prometheus - Parte I

Bom, ontem eu revi o Prometheus para conferir as diversas teorias que circulam pela Net. Não quero ser redundante, por isso vou repassar o vasto material que o pessoal do Omelete preparou sobre o filme. Destaco a entrevista com o Scott e o podcast sobre as teorias. No próximo post trarei algumas considerações minhas, que, por óbvio, trarão spoilers.



quarta-feira, 20 de junho de 2012

A vida, a política e tudo mais

Impressionante como foi negativa a reação da blogosfera em relação `a esdrúxula aliança PT/Maluf em São Paulo. Os pragmáticos paulistanos conseguiram desagradar a todos, deram o clássico tirombaço nos dois pés e ainda vão perder a eleição. Mas, enfim, o que mais esperar dos nossos partidecos? Pouco republicanos, avessos `a renovação e mais agarrados ao poder do que os parasitas de um filme de terror barato, eles refletem o total fracasso da democracia representativa brasileira, moldada sob a lógica do fisiologismo. A pergunta que sempre fica é: podemos criar um modelo alternativo? Na medida em que o maior partido de esquerda do Brasil engrossa o coro dos defensores da "realpolitik", todos aqueles que buscam um modo diferente de fazer política tendem a ficar absolutamente desolados com o nosso cenário partidário. Como incentivar o engajamento político-partidário, principalmente dos mais jovens, se as opções vão ficando escassas? Como acreditar em uma transformação mais profunda pela via institucional se todas as alternativas democráticas vão, pouco a pouco, se revelando como legítimos engodos? "Oh, céus! Oh, vida!", diria um famoso personagem dos cartoons. Diante de tudo isso, nada como o bom e velho humor para nos dar algum alento…


 

terça-feira, 19 de junho de 2012

Novo trailer do batman

Conforme vamos nos aproximando da estreia, a Warner vai liberando novas cenas de "O cavaleiro das trevas ressurge", último filme de Christopher Nolan com o batman. Agora soltaram um novo trailer, mostrando, ao que tudo indica, Bane dominando Gotham e derrotando o morcegão. Pelo visto, a reinvenção de Nolan do universo do batman opera milagres, porque ele pegou um vilão de segunda e transformou em um personagem no mínimo interessante em cena. Ainda preciso ser convencido quanto a Anne Hathaway como mulher-gato, mas, tirando isso, sigo ansiosíssimo pelo filme. Para mim, Nolan de David Fincher são os melhores diretores do cinemão atualmente, pois são dos poucos que mantêm alguma identidade em todos os filmes que dirigem. 
Bem, enquanto dia 27 de julho não chega, fiquemos com o trailer:



domingo, 17 de junho de 2012

Agora o Multitude tem seu Próprio Feed!



Boas Noticias…Consegui configurar o Feed para ele passar os posts do blog para o Twitter! Ou seja, agora, caro leitor do blog, pode acompanhar as postagens pelo meu Twitter, e segue o link : @Leormchaves


sábado, 16 de junho de 2012

Review: Prometheus

Ontem vi o tão aguardado filme de Ridley Scott. E gostei bastante. Claro que o filme gera uma expectativa imensa no público, o que já é motivo para decepções.

Já li muitos comentários negativos pela net, mas acho que os detratores estão vendo o longo pelo ângulo errado. Ao contrário do que a propaganda prometia (trocadilho óbvio), não se trata de um filme passado no mesmo universo de Alien com objetivos diferentes. Prometheus é, sim, um prequel e reboot da série do monstro babão.

A história se passa no mesmo planeta em que a equipe da Nostromo teve aquele incidente fatídico com o Facehugger, que culminaria naquilo que todos já sabem que aconteceu em "Alien, O Oitavo Passageiro". E a premissa de Prometheus é exatamente mostrar o que teria ocorrido com aquela equipe que fizera o chamado de socorro, bem como o que acontecera com a civilização alienígena que supostamente criara os xenomorfos como armas de destruição em massa.

Esclarecida essa premissa, fica claro que a busca de Deuses Astronautas - no filme chamados de Engenheiros - é apenas um pretexto para a equipe ir até o fatídico planeta. Assim, o filme pende mais para o horror do que para a ficção científica, como já fora o primeiro longa da franquia Alien. Falo em franquia porque não dá para dissociar Prometheus de Alien, como a divulgação quis sugerir.

Seguindo nessa linha, Prometheus traz de volta as ideias do longa de 1979, dirigido por Scott, que deu origem a uma série regular, na qual se destaca o excelente "Aliens, O Resgate", dirigido por James Cameron. Infelizmente, a série seguiu no mais do mesmo com "Alien3" e  "Alien, a Ressureição", e conheceu o fundo do poço com a subfranquia "Aliens vs. Predador".

O reboot de Scott faz jus aos dois primeiros filmes da série, trazendo elementos que sempre foram alvo de especulação pelos fãs. Neste aspecto, Prometheus só decepciona na concepção do Space Jockey, que mais parece o Lord Voldemort do Harry Potter. Além do visual pouco inspirado do personagem, a motivação pela qual os criadores da raça humana resolveram de repente aniquilar sua criatura não se mostra muito convincente. Claro que isso é um gancho para um altamente provável segundo filme. Contudo, não levo muito fé de que a possível explicação seja razoável.

Ué, esse é o filme do Harry Potter?

Já no que tange aos monstros alienígenas, o filme é excelente. A concepção das criaturas, claramente inspiradas em moluscos e órgãos genitais, é bastante realista e causa a repulsa no espectador que sempre foi a marca registrada da série. A cena do aborto merece destaque, fazendo jus à clássica apresentação do Oitavo Passageiro pulando da barriga no filme original.

Tá, eu sei que é cliché, mas nem por isso deixa de ser legal!


Claro que o personagem mais interessante é o androide David, interpretado por Michael Fassbender. A mocinha vivida por Noomi Rapace (da versão sueca de "Os homens que não amavam as mulheres") empolga em alguns momentos, mas não chega nem perto de Sigourney Weaver. Infelizmente a bela Charlize Theron não rendeu maior relevância para a trama, como era de se esperar. O resto da tripulação é uma cambada de zé-manés imbecis prontos para morrer.

O que será que esse robô tá fazendo?
Claro que essa cobra alienígena deve ser inofensiva...
Uma cirurgia de apêndice, por favor!


No meio de tantas expectativas, confesso que ao final da sessão saí com a sensação de que Prometheus valera o ingresso. Que venha o segundo filme!


This charming plumber

E não é que, ontem, ao voltar para casa após assistir Prometheus (sim, farei um review em seguida), ligo o rádio na Ipanema e escuto essa pérola. Nada mais anos 80 2010 que fazer uma versão 8 bits do clássico de Morrissey e Johnny Marr. Claro que o conteúdo da letra vai lançar mais suspeitas ainda sobre a relação dos encanadores bigodudos preferidos de todos os gamers.

Como aquela frase de algum autor que não me lembro agora... Nada me interessa mais na atualidade do que aquilo que já passou.


sexta-feira, 15 de junho de 2012

trailers

Dois trailers chamaram minha atenção recentemente. O primeiro foi o do novo filme de Tarantino, "Django livre", a aguardada incursão do diretor pelo gênero faroeste. Leonardo Di Caprio, Christoph Waltz e Jamie Foxx estão muito bem caracterizados e tudo indica que Waltz vai ter mais um grande desempenho ao lado do diretor que o tornou conhecido no mundo inteiro como o sádico Hans Landa de "Bastardos Inglórios. No entanto, o que mais me impressionou foi a trilha sonora, com música de James Brown! Mais uma das loucuras de Tarantino a caminho? 
Outro trailer que vi e achei "interessante" foi o do quinto (!) "Resident Evil". Admito que não assisti a nenhum dos filmes da série, mas não tem como parar de assistir a Milla Jovovich em ação. Nossa musa nerd faz filmes descartáveis e não é lá grande atriz, mas envelhece como vinho e está mais linda a cada dia. Deem só uma olhada no figurino que fizeram para ela. Fetichista é pouco…




quarta-feira, 13 de junho de 2012

vídeo da animação que adapta "O cavaleiro das trevas"

Uma das animações mais esperadas pelos fãs de hq's está prestes a ser lançada. "O cavaleiro das trevas" é, para mim, o melhor trabalho de Frank Miller e a melhor história do Batman de todos os tempos. Junto com "Watchmen" e "Sandman", ajudou a aumentar o respeito pelas hq's nos anos 80 e 90. Tenho gostado muito das animações da DC lançadas diretamente em dvd e já criei grandes expectativas com essa nova empreitada. Resta aguardar.


terça-feira, 12 de junho de 2012

"Casablanca": 70 anos muito bem vividos.





Bom programa para este dia dos namorados é assistir a "Casablanca", que chega aos seus 70 anos de vida como clássico absoluto do cinema, daqueles filmes obrigatórios para qualquer cinéfilo que se preze. 
Bogart, Bergman, Segunda Guerra, "as time goes by" e os  diálogos certeiros escritos por Julius e Philip Epstein. Tudo isso conduzido magistralmente pelo lendário Michael Curtiz, diretor hollywoodiano `a moda antiga, austríaco fugido da Europa nazi e que, juntamente com outros ícones como Fritz Lang, Otto Preminger e Billy Wilder, ajudou a definir aquilo que chamamos "Era de Ouro" do cinema americano. Um tempo em que os roteiros eram talhados por gente como Willian Faulkner, Dashiell Hammett e Raymond Chandler e os estúdios eram comandados por gigantes como David Selznick e Irving Thalberg.
Há alguns anos, ganhei da minha esposa a edição especialíssima do filme, lançada em 2002 em comemoração aos seus 60 anos. Uma beleza. O dvd vem embalado em uma lata com o pôster original de seda e há uma primorosa introdução apresentada por Lauren Bacall, viúva de Bogart e uma das mulheres mais bonitas da história do cinema. Minha sequência preferida? Bem, são duas: o diálogo entre Bogart e o chefe de polícia e a famosa cena em que os frequentadores do Rick's Cafe entoam a "Marselhesa", uma provocação pessoal de Michael Curtiz ao "führer". 
De qualquer forma, o filme como um todo continua ótimo, parece que foi feito ainda ontem e é dos poucos que merecem ser revistos de tempos em tempos. Nem que seja para darmos aquele bom e velho suspiro saudosista e dizermos: "não se fazem mais filmes como antigamente…". 





segunda-feira, 11 de junho de 2012

Inception versão Lego

Homenagem bacaninha. Mas acho que ficou com muita cara de CGI, quando eu esperava ver algo mais na linha stop-motion.



Outra lista aleatória...

... da revista bula.

Não vou comentar nada sobre a falta de critérios porque a lista fala por si. Os comentários do PC sobre a lista de livros complementam qualquer lacuna.



O Sacrifício
Andrei Tarkovski
Jules e Jim
François Truffaut

Striptease 
Andrew Bergman

Je Vous Salue, Marie
Jean-Luc Godard

Batman & Robin
Joel Schumacher

Fim dos Tempos
M. Night Shyamalan

O Apanhador de Sonhos
Lawrence Kasdan

Terra em Transe
Glauber Rocha

Godzilla
Roland Emmerich

Destino Insólito
Guy Ritchie

O Despertar do Mal
Uwe Boll

Matrix Revolutions
Andy Wachowski e Lana Wachowski

Le Diable Probablement 
Robert Bresson

A Reconquista
Roger Christian

Bufallo 66 
Vincent Gallo
Planeta dos Macacos — A Origem 
Rupert Wyatt
Titanic 
James Cameron
O Escorpião de Jade
Woody Allen

Paris Nos Pertence
Jacques Rivette

A Fogueira das Vaidades 
Brian de Palma 

Solaris 
Andrei Tarkovski

Contato de Risco
Martin Brest

Todos Dizem Eu Te Amo 
Woody Allen

A Ilha do Dr. Moreau
John Frankenheimer, Paul Rubell e Adam P. Scott

Mary Poppins
Robert Stevenson

O Bebê de Rosemary
Roman Polanski

Juventude Transviada
Nicholas Ray

Blow Up — Depois Daquele Beijo
Michelangelo Antonioni

O Paciente Inglês
Anthony Minghella

Deus e o Diabo na Terra do Sol
Glauber Rocha

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Mais uma charge para o ministro

Mais uma vez, Gilmar Mendes, o ministro que necessita de permanente atenção midiática, de holofotes, de microfones e daquela reporcagem em revista suspeita, se faz merecedor de uma charge. Acredito que na história da República nunca um ministro do STF tenha sido tão figurado em charges. Pelo menos, neste aspecto, o ministro tem sido motivo de alegria, garantindo o trabalho dos chargistas e boas risadas em conversas de bolicho. Para tanto, eis, mais uma vez, Mendes, o pretenso paladino da República.

Mais uma lista, mais algumas polêmicas

Num mundo de listas, de "um, nenhum e cem mil", de cem livros, de mil livros, de cem mil livros, todos para ler antes de morrer, a vida não poderia ser breve (se considerado o tamanho da lista dos, em tese, imperdíveis e o tempo que dedicamos ao trabalho-que-dignifica-o-homem e outras tarefas). No contexto, é intrigante que são incomuns, senão inexistentes, listas com números primos, com números ímpares acima de cinco. Na verdade todos nós, especialmente Leonardo, elaboramos nossas listas, que ficam na mente ou saem por aí, em blogs e publicações. Os melhores jogos, os melhores livros, os melhores filmes, melhores-qualquer-coisa... Tem lista para tudo, e sublistas (por exemplo 1. melhores filmes; 1.1.melhores filmes de terror, 1.2. melhores filmes de ação...). O mundo das listas é democrático, abrangente, generoso, de tal modo que viabiliza a classificação e rotulação até do que não presta.
Eis que em tal mundo, muito interessante e muito polêmico (daí o interesse) surge uma lista que é uma antítese, ainda que em menor número e volume, aos mil livros para ler antes de morrer: se trata da lista dos livros para não ler antes de morrer, com quarenta (!?) livros, elabora pela revista bula. Tem uma outra lista, também elaborada pela mesma turma da revista bula, sobre os quarenta filmes para não assistir antes de morrer. Como toda e qualquer lista, é bastante polêmica, considerando os partidos estéticos e éticos de cada sujeito elaborador de lista. 
Se pensarmos em quanta porcaria ronda nossas vidas (filmes, músicas e livros de péssimo gosto, da lata do lixo) toda e qualquer lista do que não fazer antes de morrer ficaria prejudicada, dado o volume de "obras de referência" que é passível de se lançar nas listas. Imagina uma lista de músicas ou de discos ruins, desses que nos atormentam nos anúncios comerciais e nos carros dos magais que vem e que vão, mas que todos somos obrigados a suportar: mesmo que delimitássemos o período, com, por exemplo, dez anos, faltaria lugar para tanta merda num livro "só" com mil músicas ou com mil discos para não se conhecer antes da morte. 
Assim, resolvi fazer algumas considerações sobre listas, com referência na lista em questão, nos quarenta livros para não ler antes de morrer. Claro que, sobre específica lista que serve para a pretensiosa análise que faço, surge  uma pergunta preliminar: quais são os motivos que levaram ao número de quarenta obras. É intrigante, quase sempre que se pensa numa lista de quarenta, se pensa nos ladrões, mas certamente seria muito mais se os elaboradores da lista pensassem em trinta e sete livros para não ler antes do sono eterno. A principal consideração que faço, antes das demais considerações (todas derivadas desta) é sobre a necessidade de não se misturar lixo, subproduto do mercado editorial mais tosco, com livros de melhor qualidade, seja pelo destaque da obra (como Drácula, "one hit wonder" de Bram Stoker) ou pela autoria, da lavra de autor reconhecido ou em vias de se tornar reconhecido. Assim, não dá para misturar livros de autoria da criadora de vampiros emos com outros autores consagrados, que eventualmente cometeram seus deslizes. Não é cabível que em uma mesma lista figure obras de autoria de Stephenie Meyer ou de Hitler, o demente, misturadas com Umberto Eco e Saramago, sob o risco de leviandade e incoerência na elaboração da lista. Ainda, há que se desconsiderar o que deve ser desconsiderado, Em uma lista de livros de não-ficção não se pode ter consideração ou complacência com o lixo, de modo que nem se cogitaria o lançamento de títulos de livros de autoajuda, desenvolvimento pessoal e outras porcarias congêneres. Evita-se, com tal medida, a lista infinita das ruindades. Caso fosse eu a elaborar a lista, desconsideraria boa parte dos títulos e autores elencados, justamente por se posicionarem nos subterrâneos da crítica, da inteligência, em lugares distantes de qualquer consideração. É importante estabelecer um corte.
Outras considerações, tão simples quanto a principal consideração feita acima, é justamente a necessidade de, uma vez descartado o lixo, aquilo que não pode nem deve ser considerado, estabelecer uma racionalidade coerente para análise, para que seja possível elaborar listas de livros com abrangência universal, quanto aos períodos de publicação, gêneros e autores,  e para que se estabeleça, principalmente,  listas de objeto mais estrito, relacionados a cada época, gênero, autoria, temática.... É importante estabelecer um referencial para análise. Do contrário, a lista parece ser estabelecida sob orientação da má-vontade ou sob influência do espírito de porco. 
A partir das considerações feitas acima, posso pensar uma lista de dez piores discos de rock dos anos oitenta: desconsiderando o lixo, como, por exemplo, the outifield e similares (tem muita porcaria, não esqueçamos), figuraria na minha lista o disco october, do U2, que é uma verdadeira mancha discográfica na história dos dublinenses.
Após simples mas pretensiosas considerações, segue a lista que encontrei, e sobre a qual me referi, para que façam suas próprias considerações (a presença do Umberto Eco parece uma provocação ao Francis), ressalvando que não é de minha autoria tal lista. Faça-se afinal justiça: a maioria dos livros indicados induz a uma abreviação da tolerância do leitor menos desavisado com os respectivos autores e extensivamente com a humanidade, especialmente com o mercado editorial, de modo que a leitura de tais obras pode abreviar a vida de algumas pessoas. Vale a dica, nos casos, para não ler!
 

O Código Da Vinci
Dan Brown
Iracema
José de Alencar
Crepúsculo
Stephenie Meyer
Marimbondos de Fogo
José Sarney
A Cabana
William Paul Young
Animais em Extinção
Marcelo Mirisola
Eclipse
Stephenie Meyer
A Caverna
José Saramago
O Sexo e a Cidade
Candace Bushnell
O Pêndulo de Foucault
Umberto Eco
O Diário de Bridget Jones
Helen Fielding
Não Há Silêncio Que Não Termine
Ingrid Betancourt
Anjos e Demônios
Dan Brown
A Moreninha
Joaquim Manuel de Macedo
Lua Nova
Stephanie Meyer
A Paixão Segundo G.H.
Clarice Lispector
O Enigma do Quatro
Ian Caldwell
De Volta à Cabana
C. Baxter Kruger
Ponto de Impacto
Dan Brown
Forrest Gump: o Contador de Histórias
Winston Groom
Uma Vida com Propósitos
Rick Warren
A Bússola de Ouro
Philip Pullman
O Caso Laura
André Vianco
Fortaleza Digital
Dan Brown
Montanha Gelada
Charles Frazier
Harry Potter e a Pedra Filosofal
J.k. Rowling
O X da Questão
Eike Batista
A Última Música
Nicholas Sparks
A Vida Sabe o Que Faz
Zibia Gasparetto
O Segredo
Rhonda Byrne
Sem Deus: A Igreja do Liberalismo
Ann Coulter
Carnaval no Fogo
Ruy Castro
O Caçador de Pipas
Khaled Hosseini
Diário de um Mago
Paulo Coelho
A Estrada da Noite
Joe Hill
O Último Templário
Raymond Khoury
O Amante
Marguerite Duras
Brida
Paulo Coelho
Escrito nas Estrelas
Sidney Sheldon
Mein Kampf
Adolf Hitler

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Ray Bradbury (1920 - 2012)


Meus primeiros contatos com a obra de Ray Bradbury foram através da TV, em séries como "Alfred Hitchcock presents" e "O teatro de Ray Bradbury". Posteriormente, li várias hq's da finada E.C. Comics que adaptavam contos de Bradbury para os quadrinhos e que eram destaque na excelente revista "Tales from the Crypt", que chegou a ser publicada pela Record no Brasil no início dos anos 90. Recentemente,  a adaptação em hq das "Crônicas Marcianas" chegou por aqui pela Globo Livros. No entanto, fora dos livros, talvez a adaptação mais conhecida seja o filme de Truffaut, "Fahrenheit 451, de 1966. Para mim, a obra de Bradbury se destaca pela capacidade de trazer `a tona o bizarro e o inverossímil sem descuidar de uma profunda análise psicológica da condição humana em face da repressão e do autoritarismo. Mestre absoluto da ficção científica, forma, em conjunto com Isaac Asimov e Arthur C. Clarke, a santíssima trindade do gênero. Simplesmente insubstituível.

Pablo Villaça fala sobre Prometheus

Infelizmente, não fala muito bem. Espero que esteja equivocado com a crítica.


That Metal Show

Se você tem mais de 30 anos, provavelmente achará That Metal Show um dos programas mais legais da televisão.  No meio de tanta porcaria que passa nos ex-canais de música, é surpreendente ver um programa que fale sobre... música.

E, no caso, estamos falando praticamente de uma instituição que é o Heavy Metal. Sei que muita gente torce o nariz. Para esses, recomendo o Moods, na mesma VH1, ou ainda o TVZ do Multishow. Na MTV não sei se ainda passa algum programa de música, pois, ao que me parece, virou um canal de bobagens aleatórias.

Bom... o que tenho mais a dizer. É simplesmente MUITO divertido ver o que aconteceu com aqueles cabeludos que enchiam a cara e tocavam solos supersônicos na guitarra. O programa é basicamente uma "volta dos que não foram". Saudosismo puro.

Quer saber por onde anda aquele guitarrista da sua banda preferida dos anos 80, que você descobriu em um vinil usado no sebo do Zé Carioca? E aquele cara que tocou baixo com o Ozzy e no Whitesnake, e depois nunca mais ninguém ouviu falar? Todos estes personagens estão lá. Se lembra da minha voz? Ele continua quase a mesma, mas meus cabelos...  

No lugar do quinteto de Jazz do Jô Soares, temos um guitarrista convidado a cada programa, sempre fazendo aqueles solinhos cliché que são a marca registrada do gênero. O programa é apresentado por três senhores bonachões, que lembram como o público do metal envelheceu, e que hoje muitos fãs são pais de família, e não os delinquentes psicopatas que os mais velhos da época acreditavam que seus filhos metaleiros se tornariam no futuro.



Quem não tem VH1 pode conferir That Metal Show de graça, aqui.

E já que o assunto é metal, ontem vi o Flight 666 do Iron Maiden, que o Paulista já tinha resenhado. Mesmo para quem não goste do Maiden, vale a pena o filme que mostra o lado "família" da banda, inclusive com Steve Harris levando os filhos para acompanharem a turnê.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

O mestre Jerry Lewis em blu-ray

Bem interessante o post do Rubens Ewald Filho sobre o grande Jerry Lewis, que teve alguns de seus filmes recentemente lançados em blu-ray nos EUA. Por aqui, acredito que nem mesmo em DVD conseguiríamos encontrar, estou certo? 
O que achei mais impressionante foi o fato de Lewis ter os direitos sobre seus filmes, coisa raríssima no mainstream. Já octagenário, está obviamente aposentado, mas continua a povoar nosso imaginário com seu talento para fazer rir. É daqueles artistas que, com o passar do tempo, vão ganhando o status e o reconhecimento mais do que merecidos. 
Agora resta torcer para que alguma distribuidora se anime a lançar seus filmes em terra brasilis também. Eu, particularmente, adoraria rever em HD verdadeiras pérolas como "O professor aloprado" e "O meninão". 


Revisitando Jerry Lewis em Blu-ray (EUA)

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Uma distribuidora americana independente, Olive Films, foi quem teve a iniciativa de distribuir alguns filmes de Jerry Lewis em DVD e Blu-ray licenciados a Paramount.
O que pouca gente sabe é que Jerry é dono da maior parte dos direitos de seus filmes e há muitos anos tem tido o cuidado de preservá-los. Na verdade, é um de seus sete filhos que cuida disso e todos seus trabalhos estão em excelentes condições técnicas.
jerry 1 Revisitando Jerry Lewis em Blu ray (EUA)
O pacote da Olive traz Geisha Boy (O Rei dos Mágicos, 58), seu filme menos típico Boeing Boeing (Idem, 65, em que ele e Tony Curtis trocaram de papéis na última hora e Jerry faz o straight man).
Eu comprei os três outros do pacote que eram mais raros e não chegaram a sair no Brasil em DVD: O Detetive Mixuruca (It´s Only Money, 62, que nunca é reprisado porque é em preto e branco),Bancando a Ama Seca (Rock-A-Bye Baby, 58) e Errado Pra Cachorro (Who´s Minding the Store?, 63), todos eles dirigidos pelo mestre de Jerry, o diretor Frank Tashlin (1913-1972). 
Vamos comentar os três filmes, mas antes falar de Jerry e sua contribuição para o cinema.
 Jerry Lewis (1926)
90415891 Revisitando Jerry Lewis em Blu ray (EUA)
Não é difícil explicar o sucesso de Jerry Lewis. Basta não filosofar muito. O fato é que ele é simplesmente muito engraçado. Sempre foi e ainda continua sendo.
Embora tenha gente que, a princípio, se assuste com o personagem que ele fez, um tipo meio bobo, desengonçado, parecendo mesmo um deficiente. Por isso mesmo que ele dedicou a vida inteira a ajudar os que sofrem de paralisia cerebral, sentindo–se culpado.
jerry 2 Revisitando Jerry Lewis em Blu ray (EUA)
Mas não esqueçam que era um tipo, papel, personagem. Conforme demonstrou mais tarde em outros filmes podia ser também um convincente ator dramático.
O que poucos sabem é que Jerry foi aprendendo cinema a ponto de se tornar um grande diretor de comédias (fez algumas até sem participar como ator), chegando a lecionar cinema em escolas e fazer invenções.
jerry 3 Revisitando Jerry Lewis em Blu ray (EUA)
Foi ele quem criou o chamado “vídeo assist”, que hoje é amplamente utilizado pela indústria, que é aquele vídeo pelo qual o diretor acompanha o que está sendo rodado, já com o enquadramento, certo, mostrando aquilo que a câmera vê. Também chamado de “vídeo village”.
Era assim que ele conseguia se dirigir a si mesmo, revendo o que foi gravado. Nascido Joseph Levitch, em 16 de março de 1926, em Newark, em Nova Jersey. Seu pai havia sido ator de vaudeville, Danny Lewis (1902-80), e chegou a fazer pontas em cinco filmes (o único de Jerry,Bancando a Ama-Seca). 
jerry 4 Revisitando Jerry Lewis em Blu ray (EUA)
Danny  se apresentava principalmente em festas da colônia judaica. Reza a lenda que largou a high school porque brigou com um professor que fez comentários antissemitas e foi direto trabalhar em shows.
 Em 1946, conheceu seu parceiro ideal, um cantor chamado Dean Martin (1917-95), com quem passou a fazer dupla em shows e na TV. No auge de seu sucesso, os anos 50,  a dupla Dean Martin e Jerry Lewis foi imbatível, campeões absolutos de bilheteria, quando foram contratados por Hal Wallis para fazer filmes na Paramount. 
Wallis os viu numa casa noturna de Hollywood e resolveu contratá-los por cinco anos,  ganhando cinquenta mil dólares no primeiro ano e depois o valor iria crescendo até atingir os 175 mil.
jerry 5 Revisitando Jerry Lewis em Blu ray (EUA)
Resolveu lançá-los como coadjuvantes em duas fitas ao lado da comediante Marie Wilson, mas o sucesso foi tão grande que logo eles se tornariam astros absolutos.
Foi  a primeira fita da dupla, Amigo da Onça/My Friend Irma, de 49, dirigida por George Marshall. O sucesso foi imediato e tão grande que em 51 eles passaram a “carregar” por assim dizer seus próprios filmes, em geral, refilmagens de antigos sucessos da Paramount adaptados para o estilo de Martin e Lewis, Dean cantava algumas canções e paquerava a mocinha enquanto Jerry fazia o tipo maluquinho e trapalhão, com todas as caretas e trejeitos que iriam marcar seu personagem. E que o público adorava.      
Durante os seis anos que trabalharam no cinema nunca foram grandes amigos. Eram até rivais e nos últimos filmes nem sequer trocavam mais palavras. Era tudo fingimento para a câmera. Curiosamente quando se separaram ambos tiveram carreiras bem sucedidas, mas nunca mais a mesma unanimidade.
jerry 6 Revisitando Jerry Lewis em Blu ray (EUA)
O fato é que Dean tinha ciúmes que Jerry aparecia mais, era mais reconhecido e um dia simplesmente se cansou disso e pediu a separação. Só voltaram a se falar quando Dean já estava muito doente e no fim da vida (era alcoólatra e grande amigo de Frank Sinatra). Foi tão importante para Jerry que chegou a escrever um livro a respeito.
Jerry sonhava em ser também diretor e começou a interferir demais nas fitas. Ele aprenderia seu métier trabalhando com diretores como Frank Tashlin e teria grande sucesso como diretor, realizando filmes quase sem diálogos, muito humor visual e seria descoberto pela crítica francesa que o celebraria como um gênio.
jerry 7 Revisitando Jerry Lewis em Blu ray (EUA)
Sua obra-prima seria O Professor Aloprado, de 63, que é  muito melhor que sua boa refilmagem com Eddie Murphy. E a grande magoa é que nunca foi respeitado por Hollywood e a crítica americana nunca reconheceu seu valor, debochando dele até hoje. Mesmo quando ganhou o prêmio da Academia foi por seu incrível trabalho filantrópico.
o professor Revisitando Jerry Lewis em Blu ray (EUA)
Deixa  como legado suas comédias e alguns momentos inesquecíveis da difícil arte de fazer rir.
  Jerry ao vivo
jerry 8 Revisitando Jerry Lewis em Blu ray (EUA)
Sou da geração que viu Jerry no cinema ainda, todos os filmes de seu estrelato com exceção do primeiríssimo. Mas duas de minhas maiores emoções foram assisti-lo ao vivo.
Primeiro no palco da Broadway, fazendo o papel do Diabo (imagem só) ganhando um salário recorde por sinal, no musical Damn Yankees, onde cantava, dançava e fazia maldades (a plateia vinha abaixo quando ele fazia umas gracinhas só para lembrar o velho Jerry). Estava em plena forma e ficou alguns anos com o show (ele também sapateava e cantava apesar da idade). Foi muito emocionante, acho que até chorei de feliz.
Depois o revi numa entrevista coletiva no Festival de Veneza que ele deu de bermudas fazendo todas as gracinhas a que tinha direito (chegaram a me fotografar rindo, de puro prazer).
jerry 9 Revisitando Jerry Lewis em Blu ray (EUA)
Achei interessante encontrar num velho artigo do Variety numa edição especial sobre o aniversário da Paramount, um artigo sobre Jerry, onde se comentava que ele fez uma fortuna para o estúdio. Entre 49 e 65 foi ouro puro para eles.
E que hoje sua influência se sente em cômicos como Adam Sandler, Jim Carrey, Roberto Benignini e Billy Crystal. E olhem alguns fatos notáveis:
a) Durante os 16 anos que Jerry esteve na Paramount, ele estrelou 35 filmes. Quando separou-se de Dean Martin, foi contratado por dez milhões de dólares  nos próximos sete anos. O maior preço já pago para um ator até então.
 b) O modelo para a carreira de Jerry foi Charles Chaplin. Ele também quis ser o autor total de seus filmes, tendo sido o primeiro comediante americano a dirigir a si próprio no cinema sonoro chegando ao cúmulo de financiar uma fita, The Bellboy - O Mensageiro Trapalhão com seu próprio dinheiro.
c) Com frequência fez em seus filmes papéis múltiplos, talvez porque na vida era um chamado “control freak”, gostava de controlar tudo e todos. Particularmente em seus longas.
 d) Era um autodidata, aprendeu tudo sozinho, sobre lente, luzes, câmeras. E também controlava tudo sobre a renda de suas fitas.
 e) Todos os seus filmes para a Paramount foram sucesso, renderam mais de três milhões de dólares. Mais que Elvis Presley. O Marujo Foi na Onda, 51, por exemplo, rendeu mais do que outros filmes do mesmo ano comoCantando na Chuva Uma Aventura na África.
Diante disso, a Paramount não hesitou em permitir que ele derrubasse as paredes de dois estúdios para poder construir o set de O Terror das Mulheres  enquanto os filmes de Jerry com Dean, eram, em geral, reciclagem de antigos sucessos do estúdio, os filmes dele sozinho eram ousados e até experimentais.
f) O mestre de Jerry no aprendizado como diretor foi o diretor Frank Tashlin, com quem trabalhou várias vezes e de quem tirou o gosto pelo surreal.
 jerry 10 Revisitando Jerry Lewis em Blu ray (EUA)
A cópia em Blu-ray
Como foram preservadas com cuidado, as cópias estão excelentes inclusive a em preto e branco. A melhor certamente é a de Bancando a Ama-Seca por uma razão simples que já expliquei aqui: ele foi rodado em Vistavision, ou seja, um sistema de Widescreen da Paramount que melhorava muito a nitidez, principalmente no que sucede num segundo plano.
Bancando a Ama Seca 2 Revisitando Jerry Lewis em Blu ray (EUA)
Como ainda por cima é musical com várias canções, a qualidade então é esplendida. Mas foi em Errado pra Cachorro que o Blu-ray me fez ver um detalhe: Dá para se notar as mãos de Jerry e perceber que ele tem umas unhas pintadas (de neutro) e feitas por manicure, coisa comum na época, mas que nada tem a ver com o personagem rústico que ele faz!
 Os filmes
Bancando a Ama-Seca (Rock-A- Bye-Baby)
Bancando a Ama Seca Revisitando Jerry Lewis em Blu ray (EUA)
EUA, 58. Direção de Frank Tashlin. Roteiro de Tashlin baseado em script de Preston Sturges. 103min. Com Jerry Lewis, Marilyn Maxwell, Baccaloni, Reginald Gardiner, James Gleason, Hans Conried, Ida Moore e apresentando Connie Stevens. Paramount.
Foi apenas o terceiro filme que Jerry fez sozinho e o primeiro a cores (sozinho). Em dois anos também estrearia na direção. É uma adaptação de uma obra-prima de Preston Sturges com Betty Hutton, Papai por Acaso (The Miracle of Morgan´s Creek, 44).
Em que uma moça ficava grávida, mas como estava bêbada não sabia quem era o pai. Aqui quem faz isso é uma estrela de cinema (Maxwell) que precisa esconder isso dos fãs e manda as crianças para seu maior fã e amigo da família (a irmã dela é apaixonada por ele), que no caso é Jerry.
jerry 12 Revisitando Jerry Lewis em Blu ray (EUA)
O problema é que ela tem trigêmeos e o herói tem que cuidar dos três bebês. São seis canções de Harry Warren e Sammy Cahn (uma delas, a título inclusive já aparece nos letreiros, muito bem encenada). E outra Jerry tem em dueto com seu filho Gary Lewis, que, naquela época, também chegou a fazer sucesso com sua banda Gary Lewis and the Playboys).
Foi a estreia no cinema de Connie Stevens, também cantora, que depois viraria estrela na Warner, se casaria com Eddie Fisher (com quem teria duas filhas atrizes, Tricia e Joely Fisher).
jerry 13 Revisitando Jerry Lewis em Blu ray (EUA)
O curioso é que foi todo rodado em estúdio (aliás, os três filmes têm isso em comum), já que em sets fechados é muito mais fácil fazer comédia e repetir takes, sem interferência.
Inclusive a praça principal que aparece aqui na cidadezinha é a mesma deDe Volta para o Futuro. A marca do diretor (que fez sete filmes com Jerry), que veio dos quadrinhos e principalmente do desenho animado é que ele constrói gags, usa humor do mesmo tipo que em cartoons, sem medo de cair no absurdo ou se quiserem surrealismo.
jerry 14 Revisitando Jerry Lewis em Blu ray (EUA)
Sempre tem momentos de estrelato para Jerry brilhar, passando por problemas, por exemplo, quando conserta as antenas de TV de uma vizinha. Ou então não consegue controlar uma mangueira de água com jato muito forte.  Ou então, e noutro momento, satiriza a programação da TV (com Jerry fazendo os diferentes tipos). Mas este é um filme muito  doce, com músicas bem entrosadas e certamente um dos melhores do comediante. 
Errado pra Cachorro (Who´s Minding the Store)
Who´s Minding the Store Revisitando Jerry Lewis em Blu ray (EUA)
 EUA, 1963.90 min. Direção de Frank Tashlin. Roteiro de Tashlin, Harry Nugent. Com Jerry Lewis, Jill St John, Ray Walston, Agnes Moorehead, Nancy Kulp, Kathleen Freeman e Isobel Elsom. Paramount. 
No Brasil, sempre arranjavam um jeito de inventarem títulos criativos com trocadilhos ou gírias que envelheceram. Este daqui se explica porque Jerry trabalha levando cachorros para passear, situação que se repete ao final.
Ele é um sujeito que deseja vencer por sua própria conta e que não pode ficar sabendo que sua namorada (que o ama), Jill StJohn (atual mulher de Robert Wagner) é filha de milionários que são donos de um grande magazine onde vai trabalhar.
Who´s Minding the Store 2 Revisitando Jerry Lewis em Blu ray (EUA)
Este é  um dos raros filmes em que a grande Agnes -mãe da feiticeira da TV- tem um papel mais substancial com a megera que manda no lugar auxiliado pelo gerente (Ray Walston de Ao Sul do Pacífico Meu Marciano Favorito).
Aqui Jerry basicamente provoca desastres em que ele é sempre a maior vítima, como quando vai tentar controlar uma liquidação, o aspirador que foge de controle e assim por diante. Mas também usa a cabeça quando tem que pintar um lugar inacessível onde colocam a bandeira!
Tudo no estilo de comics misturado com desenho animado, usando muito bem um policial de trânsito como a grande vítima de tudo. Divertido, mas nada especial.
Detetive Mixuruca (It´s Only Money)
It´s Only Money Revisitando Jerry Lewis em Blu ray (EUA)
EUA, 62. Direção de Frank Tashlin. Roteiro de John Fenton Murray. Com Jerry Lewis, Joan O´Brien, Zachary Scott, Jack Weston, Jesse White, Mae Questel, Del Moore e Ted de Corsia. Paramount. 83 min.
Espero que saiba que "mixuruca" quer dizer pobrezinho, variante de Mixo, que ao menos ainda é usado hoje em dia. Este é o mais pobre realmente da série, feito em preto e branco em estúdio (mas a imagem está legal), com sátira à modernidade e invenções robóticas que envelheceram muito. 
Jerry trabalha consertando televisões, mas quer ser ajudante de seu cliente detetive particular. O filme é notável por dar chance a coadjuvantes famosos da época, de que poucos se lembram, no caso aqui, de Jesse White.
It´s Only Money 21 Revisitando Jerry Lewis em Blu ray (EUA)
Outra ainda mais querida é Mae Questel, que faz a milionária que procura o filho perdido. Mae foi a voz original dos desenhos  Betty Boop e Olivia Palito!
Também é notável a última aparição no cinema de um famoso vilão da Warner Zachary Scott (1914-65), que já estava sofrendo de câncer no cérebro aqui, mas faz umas boas expressões. E Jack Weston como o mordomo bandido.
Na trama, Jerry foi criado em orfanato e descobre que é filho da milionária (a bela Joan O´Brien faz a enfermeira que é apaixonada por ele). Joan ainda viva, fez filmes como O Álamo, Anáguas a Bordo, Loiras Morenas e  Ruivas, casou-se quatro vezes, foi crooner de Harry James e depois bem sucedida executiva para a rede Hilton de hotéis.
jerry 11 Revisitando Jerry Lewis em Blu ray (EUA)
Não chega a ser noir, mas satiriza fitas policiais B de detetive particular, com fugas, perseguições e criativas gags visuais.