sexta-feira, 13 de julho de 2012

Só para não dizer que eu esqueci do Dia do Rock

Na minha vida, todo dia é dia de rock'n'roll. Então, não ligo muito para certas datas que a mídia inventa por aí. Sei que provavelmente a Atlântida FM deve estar tocando Stairway To Heaven e Smoke On The Water hoje, em "homenagem" ao grande estilo. Mesmo que passe 364 dias do ano tocando hip hop, poperô, reggae baba e outras porcarias.

Esclarecido isso (expressão que muito uso nos meus acórdãos, quer dizer... "minuta de voto"), passo a apresentar uma banda injustamente pouco conhecida, o Television.

Você acreditaria que uma banda que lança uma música de mais de 10 minutos, praticamente instrumental, poderia ter sido na época (final dos 1970s) vendida como "punk"? Bom, provavelmente a gravadora que lançou esses novaiorquinos dessa forma achou que seria uma boa ideia na época. Mas como convencer o público? Fácil, cortando um pouco mais os cabelos dos rapazes.

Digo que a inclusão no punk talvez tenha eclipsado um pouco a proposta da banda, que muito bem poderia ser vendida hoje sob o rótulo de "indie". Fazia anos que não ouvia os caras, e esses tempos reconheci o riff, jurando que era alguma coisa do Strokes ou do Franz Ferdinand. Não só a guitarra martelada, mas também o visual "terninho do vovô" parece ter influenciado essa geração dos anos 2000. O mais legal de tudo é que ao longo que a música se arrasta, surgem texturas sonoras que remetem a Kashimir do Led. Também dá para sentir a influência dos caras nos Smiths e outros que viriam depois.

3 comentários:

  1. Bela banda. Ainda estão na ativa, pelo que sei. Sabe que o nome daquele livro sobre o punk, "Mate-me por favor" é baseado nos dizeres de uma camiseta do vocalista do Television?

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  2. Pois é, eu ouvi os caras do Jovem Nerd comentarem isso num podcast sobre o punk. Há pouco tempo inclusive eles fizeram show em Porto Alegre, num festival de bandas indie. Bobeei de não ter ido ver os caras.

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  3. Este disco era, pelo que lembro, indicado como discografia básica pela Bizz. Os caras do television figuram em algum ponto que liga o som da turma do CBGB ao som do final dos 60's, flertando com o punk. A condição semi-clandestina dos caras remete a outra banda na mesma condição, e com grande relevância para quem quer conhecer rock: Gang of Four. Esta é uma grande influência da turma de Brasília no rock brasileiro dos 80's. a guitarra, bem como afirma Francis, remete direto para os Strokes, que obviamente são filhotes dos caras, e bandas que vieram na leva dos novaiorquinos. A música parece um encontro do pós-qualquer-coisa com algo de Led, até mesmo nos vocais. Muito legal mesmo. Bah, e nem me lembrei do dia do rock, dia de São Ramone, entre outros da hagiologia roqueira.

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