segunda-feira, 21 de maio de 2012

Como os Bee Gees marcaram uma geração


Lendo sobre a morte de Robin Gibb, que encerrou uma longa luta contra o câncer de cólon, me lembrei da importância da banda dos irmãos Gibb para a música pop dos anos 70. Seu falecimento, nove anos após a morte de Maurice Gibb, põe definitivamente um fim `a longa carreira dos bee gees. Todos sabemos que eles foram um verdadeiro fenômeno de vendas (mais de 250 milhões de discos!), em uma carreira que alternou momentos inspiradíssimos com outros verdadeiramente constrangedores, e claro que a primeira impressão que nos vêm `a mente é a da banda "disco" que fez John Travolta sacolejar em "Os embalos de sábado `a noite", o filme de 1977 que popularizou de vez a cultura das discotecas mundo afora. 
Gosto de interpretar esse filme como mais um típico conto da classe trabalhadora americana, no qual Tony Manero representa outros tantos jovens pobres e sem perspectivas, que encontra nos "embalos" sua redenção, seu momento de brilho, aquele em que se mostra capaz de fazer algo extraordinário. Nesse cenário, as canções dos irmãos Gibb cumprem seu papel. São legítimas pérolas setentistas, aquela mistura tão acurada de melodia e swing que só os artistas daquela época sabiam fazer. Junto com os carpenters, os commodors e tantas outras bandas, os bee gees acertavam em cheio quando se tratava de compor de forma simples e direta, adornando suas canções com arranjos vocais inconfundíveis. Eram composições que transitavam entre o extremamente belo e o incrivelmente "brega", daquelas que escutamos centenas de milhares de vezes sem enjoar.
Uma boa pedida para quem quer aprender um pouco mais sobre a carreira dos bee gees é o documentário "In our own time", de 2010. Tive a oportunidade de assisti-lo no multishow hd e sempre digo que é obrigatório não somente para os fãs, mas para todo aquele que pretende entender um pouco sobre uma banda que se manteve ativa por mais de quatro décadas. Pontuado com depoimentos de Barry, Maurice e Robin Gibb, o filme é uma verdadeira viagem pelos anos 70 e por tudo aquilo que a cultura "disco" representou em termos de apelo estético ou mesmo como filosofia de vida. Aliás, bom demais deve ser assisti-lo em uma sessão dupla com "Boogie Nights", o grande filme de Paul Thomas Anderson sobre a indústria de filmes pornô dos anos 70. E, para os "rockers xiitas", que rejeitam tudo que não seja "pesado" e cheio de "atitude", fica o alerta: o verdadeiro rock and roll foi feito com inspiração, talento e espontaneidade, coisas que os bee gees tinham de sobra. Não foi `a toa que bandas como o faith no more sempre os reverenciavam. 


2 comentários:

  1. Eu gosto do início da carreira dos Bee Gees (acho que é final dos 60s ou início dos 70s), que tinha uma pegada meio Byrds. Infelizmente, essa fase é pouco conhecida dos "fãs".

    Não gosto do filme do Travolta, embora reconheça que é um clássico absoluto. Daqueles que não tem como se negar.

    De qualquer forma, a semana foi ruim para o gênero disco. Primeiro a Donna Summer. Agora, o Robin Gibb.

    Apesar de não ser o meu gênero de música, dá saudades do tempo que música pop tinha que, pelo menos música boa. A cena dos dias de hoje é de chorar. Cada geração tem as divas que merece.

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  2. Concordo que atualmente não temos um cenário muito alentador. Parece que tudo tem se resumido em cantoras reboladoras e muito marketing…

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