quarta-feira, 30 de maio de 2012

E não é que furtaram o Art Spiegelman no Brasil?

Pois é. Parece até piada, mas aconteceu de verdade. Prestes a dar uma palestra no teatro da PUC-SP, o único quadrinhista vencedor do Pulitzer percebeu que foi agraciado com a famosa hospitalidade paulistana quando deu falta de seu laptop.
Obviamente, ficou deveras chateado e acabou adiando uma sessão de autógrafos que estava marcada para logo depois. Para sorte de Spiegelman, ele é adepto da prática dos backups e os prejuízos acabaram sendo minimizados. 
Agora parece que virou moda. Depois do Laerte, todo mão-leve de São Paulo virou aficionado por trabalhos inacabados de autores de quadrinhos famosos. Uma sugestão para os organizadores desses eventos: convidem o Frank Miller, o Rob Liefeld e o Jim Lee para uma visitinha `a pauliceia desvairada. Seria um típico caso de legítima defesa da arte...
Spiegelman: vacilou, dançou, mano!

PS: Também me contentaria com o Augusto Cury ou a Martha Medeiros...

terça-feira, 29 de maio de 2012

Silk Spectre II como Deborah Harry

Do Cinema em Cena.


Malin Akerman será vocalista do Blondie em longa
28/05 - 16h40
por Larissa Padron

Malin AkermanMalin Akerman (Watchmen – O Filme) será Debbie Harry, a vocalista da banda Blondie, em CBGB, filme que narrará o surgimento do famoso clube musical de Nova York.
De acordo com o site The Holywood Reporter, o longa será dirigido por Randall Miller que escreveu o roteiro junto com Jody Savin (ambos de Bottle Shock) e mostrará a fundação do clube por Hilly Kristal, na década de 70. Além do Blondie, o lugar lançou bandas como Ramones e Dead Boys e é considerado um berço do punk rock americano.
Debbie Harris, do BLONDIEAlém de Akerman, também estão no elenco: Alan Rickman (Harry Potter), interpretando Kristal; Rupert Grint (também de Harry Potter), como Cheetah Chrome, guitarrista do Dead Boys; Julian Acosta (da série Castle) e Joel David Moore (Avatar) como Johnny e Joey Ramone, respectivamente; e Stana Katic (007 – Quantum of Solace) como a produtora Genya Raven, que também era vocalista da banda Goldie & The Gingerbreads.
As filmagens começam no final do mês que vem na Georgia e depois vão para Nova York. Enquanto isso, você pode conferir Akerman em outro filme sobre rock, o musical Rock of Ages – O Filme, que estreia em 17 de agosto.

Simpsons homenageia Game of Thrones

Abertura de Os Simpsons faz uma homenagem muito legal à abertura de Game of Thrones.



Por sinal, a animação CGI com elementos de stop-motion da abertura original já é um motivo forte para acompanhar a série da HBO, que é uma das melhores da atualidade.



A propósito: ontem assisti ao maravilho episódio Blackwater. Com certeza o melhor episódio desta segunda temporada, e, possivelmente, um dos melhores da série. E sigo torcendo pelo anão, que é o personagem mais carismático e interessante, no meio de tantos honrados burros e traíras tanto espertos como estúpidos. Peter Dinklage merece os parabéns pelo belo trabalho com seu personagem.

Esse anão é foda!



domingo, 27 de maio de 2012

Occupy 3: quebrando o mundo

BBom, já que o post anterior foi sobre os nossos amigos da Insurgência, li esse post de Márcia Denser que parece ter servido como uma luva para o assunto.

Sinto um certo desconforto de pertencer à minha geração. Muitas coisas que são ditas como uma espécie de "identidade" de meus contemporâneos parecem estranhas para mim. É mais ou menos como na música do Ira, "não os sinto, não os tenho". Mas o título da colunista me lembrou outra música que era muito popular na nossa época de adolescente. Aquela do Planet Hemp, em que D2 falava que continuava queimando tudo até a última ponta. Parece que foi o que aconteceu. Infelizmente, para o mal.



Occupy 3: quebrando o mundo

“As massas de jovens e velhos precarizados do Occupy são o atestado de derrota da geração pós-neo-conservadora, pró-establishment e anti-tudo”
Estou fechando minha coluna hoje, quarta, 23 de maio, aliás, dia do meu nat, aproveitando para agradecer coletivamente, de todo o coração, às dezenas de cumprimentos, lembranças e manifestações de afeto recebidas de amigos das redes Facebook, Likedin, etc.,  aproveitando para tornar à pauta doOccupy (ensaio publicado recentemente pela Boitempo), os movimentos de protesto que tomaram as ruas do planeta.
Chamou especialmente minha atenção um trecho do artigo do crítico Vladimir Safatle, da USP, onde, a propósito, ele fala do tempo e da questão geracional, com o título “A geração que quebrou o mundo”. Diz ele: “Hoje, nem acredito, estou chegando aos quarenta anos. Lembro que na idade de vocês, dezoito, dezenove, vinte anos, costumava ouvir que não havia mais luta política a ser feita, que o mundo estava globalizado e o que valia era a eficácia, a capacidade de assumir riscos, de ser criativo, inovador, de preferência em alguma agência de publicidade ou departamento de marketing”.
Segundo Vladimir, se assumissem essa “nova realidade”, as pessoas entrariam num futuro radiante onde só haveriam vencedores e raves, onde os que ficassem para trás teriam um problema moral, pelo fato de não assumir riscos e a necessidade de inovação, etc. Então, penso ironicamente, de fato, realizar o “socialismo para os ricos”, salvando bancos, etc., realmente SERIA um tarefa e tanto!
As pessoas que acreditaram em tal discurso há vinte anos – e que hoje estão em torno dos quarenta – foram trabalhar no sistema financeiro e conseguiram criar uma crise maior que a de 1929, da qual ninguém sabe sair. Ou seja, admite Safatle, eles simplesmente conseguiram quebrar o mundo! Para essa geração, não era possível que o futuro fosse diferente do presente. Ela não acreditava, em nenhuma hipótese, na capacidade de transformação da participação popular, considerando isso chavão ideológico ridículo.
Diz ele: Como assim participação popular? Isso não existe mais! Manifestações? Isso não existe (num mundo globalizado para cima)! Vocês não deveriam existir! Por isso, essa geração é a primeira a dizer que vocês não sabem o que fazem, são uns sonhadores, que, no máximo, só podem aparecer como fundo em comerciais de jeans! Pois, se vocês mostrarem que a força crítica do pensamento é capaz de reconstruir nossas relações sociais, então eles se perguntarão: o que fizemos esse tempo todo? Como fomos capazes de acreditar em algo que agora desmorona?
As massas de jovens e velhos precarizados do Occupy são o atestado de derrota dessa geração pós-neo-conservadora, pró-establishment e anti-tudo.
Por que a crise econômica ficou desse tamanho? E mais: como foi possível que se praticasse este verdadeiro genocídio econômico? Os mesmos bancos que, há três anos, estavam quebrados, hoje estão superavitários. Graças ao dinheiro do Estado. Assim, que sistema político é esse que é incapaz de colocar contra a parede quem destrói a vida, o direito ao trabalho, à saúde, à educação e a propriedade das famílias?
Perto do que se fez hoje em termos de desapropriações – a expulsão das famílias de suas casas em razão de hipotecas impagáveis –, a turma de Lenin em 1917 foi piquenique de freiras! Como bem lembrou Slavoj Zizek, alguém devia ter colocado essa turma para trabalhar durante a Revolução Russa!
Mas voltando ao Occupy: ele é um primeiro passo, mas este grande movimento está apenas começando e tais processos são lentos. Lembrando Freud: “A razão pode falar baixo, mas não se cala”.
Aqui uno minhas idéias às de Safatle: realmente, não dá mais para confiar em partidos, sindicatos, estruturas governamentais que não podem funcionar como instrumentos de rupturas radicais, como é precisamente o caso. Vladimir lembra que na Grécia governa um partido social-democrata, o Pasok, de esquerda; na Espanha, um clássico partido pseudo-esquerdista, o PSOE – Partido Socialista Operário Espanhol, e isto para não falar nas estruturas políticas norte-americanas, nacionais, etc.etc.etc: ora, com uma esquerda como esta, quem precisa de direita? Todos jogam no mesmo time. E isto significa que a época em que as pessoas se mobilizavam em torno de siglas e partidos acabou radicalmente.
E o que vem por aí, só o futuro dirá, contudo o movimento Occupy já acena com algumas respostas. E os ricos do planeta – aqueles mesmos pertencentes à geração que quebrou o mundo – não vão gostar de ouvi-las.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

A grande mídia e seu eterno repúdio ao conflito

Passam-se os anos e nossa vetusta imprensa não altera sua forma de cobrir protestos sociais, greves e qualquer manifestação cujo conteúdo vá de encontro ao modo como os barões midiáticos pensam o Brasil.
Um bom exemplo podemos conferir esta semana, com as reportagens sobre as paralisações em São Paulo. Em nenhum momento houve um debate mais aprofundado sobre a (péssima) situação do transporte público nas grandes capitais do país. Mas eu entendo as razões dos nossos jornalistas. Como podemos exgir do sabujo que ele morda a mão daquele que o alimenta?
Segue um belo texto de Rodrigo Vianna sobre o tema:

"Manifestante" na França, "Vândalo" no Brasil: é o conservadorismo matreiro.

por Rodrigo Vianna
Durante essa semana, ouvi os maiores absurdos sobre a greve dos metroviários e ferroviários de São Paulo. Claro que ninguém gosta de chegar à estação e encontrar os trens parados. Claro que o bom jornalismo precisa mostrar as dificuldades que uma greve desse tipo gera para os cidadãos. Tudo isso está ok.
Mas o grau de conservadorismo embutido nas coberturas da chamda grande mídia é algo assustador. Já não sei se a cobertura reflete o conservadorismo de certo público, ou se é o contrário. Na internet, li comentários absurdos: “a culpa é do molusco de nove dedos”, ou “sindicalista pra mim devia morrer”. Essas pessoas existem, não são ficção. Nas ruas, também ouvi coisas parecidas, mas sem a mesma agressividade que a internet costuma estimular…

Quase não se discutiu – na cobertura midiática – a situação lamentável dos transportes na maior metrópole sul-americana. Uma greve como essa não seria gancho para um debate sério? Seria…  Mas é esperar demais desse jornalismo trôpego…
Em parte, a cobertura midiática que criminaliza sindicalistas e grevistas (aliás, vale ressaltar que os sindicatos que comandaram a greve em São Paulo não são cutistas, não tem ligação com Lula nem o PT, por isso esse discurso de culpar “petistas” é, além de tudo, obtuso) alimenta-se de um conservadorismo tosco, que costuma enxergar ”conflito” como “desordem”. Conflito não é visto como sintoma de que algo não vai bem. Conflito não é visto como um momento de inovação criativa. Conflito é baderna. Greve é baderna.
Mas há um outro conservadorismo, mais sofisticado, a alimentar essas coberturas. E o cartaz que reproduzo acima reflete exatamente isso. Qualquer cidadão medianamente informado sabe que a História da Humanidade se fez – e ainda se faz- a partir das contradições e dos interesses conflitantes. O moderno Estado liberal, por exemplo, é filho de uma Revolução sangrenta, ocorrida na França, em 1789. Nossa imprensa, duzentos anos atrasada, talves visse Danton e Robespierre como “baderneiros” e “vândalos”…
Claro, não quero comparar grevista de transporte em São Paulo com jacobino francês… Mas não é preciso ir tão longe…  
O jornalismo conservador trata manifestantes franceses por esse nome: “manifestantes”. É só no Brasil que manifestante vira “vândalo”. Conservadorismo matreiro, que por vezes se traveste de “moderno”, se recicla, mas está sempre lá – a frear as mudanças, transformando qualquer ameaça de rompimento em reforma tênue e limitada, evitando os “arroubos”, os “exageros”, os “radicalismos”.
Dia desses, o Igor Felippe escreveu aqui um belo artigo, lembrando exatamente essa tradição brasileira – tão bem estudada por Florestan Fernandes: a cooptação que esvazia conflitos, que finge dissolver as diferenças.
Ontem mesmo, assistia eu a uma sessão da CPI do Trabalho Escravo, pela TV, quando vi dois deputados ruralistas esbravejando contra os “exageros” embutidos nessa campanha pela erradicação do trabalho escravo no Brasil. “Veja, agora querem que toda fazenda tenha pelo menos um banheiro pra 40 pessoas! Se isso for trabalho escravo, aqui na Câmara mesmo somos escravos, falta banheiro pros deputados”.
É uma cara de pau sem fim. E o sujeito (deputado do PMDB-SC) dizia isso ressaltando que “respeita muito” o Ivan Valente (PSOL-SP) – deputado que cobrava mais ações contra o trabalho escravo. Respeita, mas acha que é preciso encontrar um “equilíbrio”. Equilibrio entre escravo e dono do escravo? Esse é o Brasilsão de meu Deus…
Quem tem o desplante de não se ajeitar na grande conciliação, é tratado como “vândalo”, “radical”. E expelido, feito um caroço de jabuticaba.
É um tipo de mentalidade fortíssima na sociedade brasileira, e que tem defensores de alto a baixo. Conservadorismo matreiro. Eu poderia escrever muito mais , mas nem precisa: o cartaz lá em cima já diz tudo. 
Nota: recebi a imagem reproduzida acima pelo facebook; já não lembro mais quem mandou, peço desculpas por não citar o autor da didática montagem. Se ele aparecer por aqui, darei o devido crédito…

Robert Pattinson será o novo Aragorn?

Depois de ganhar (má) fama com o emopiro de Crepúsculo,  Robert Pattinson se alia ao rei da bizarrice, mestre David Cronnenberg.

Bem que seria interessante ver o vampiro limpinho e vegetariano perdendo as unhas e os dentes para se transformar num homem-mosca. Quem sabe...

Copypasta do Cinema em Cena.


Robert Pattinson e Cronenberg vão manter parceria nas telas
24/05 - 16h09
por Larissa Padron
David Cronenberg e Robert Pattinson
Viggo Mortensen perdeu seu lugar. Robert Pattinson (Crepúsculo) e o diretor David Cronenberg, que estão no Festival de Cannes lançando Cosmópolis, irão trabalhar juntos novamente em um longa que será filmado na França e nos Estados Unidos.
Em entrevista à revista francesa Les InRockuptibles (traduzida pelo blog The Playlist), o ator informou a novidade, apesar de não saber quando Cronenberg quer começar a filmar. “Será sua primeira filmagem nos Estados Unidos e ele [Cronenberg] prometeu que será bem estranho. Os próximos dois ou três anos serão cruciais para mim. É agora que tudo está acontecendo”, disse o ator.
Pattinson não mencionou o nome do filme, mas Cronenberg está associado a dois longas no momento: As She Climbed Across The Table, baseado no livro de Jonathan Lethem que narra o romance de uma astrofísica e seu namorado, em outra dimensão; e Maps to the Stars, umthriller que o diretor desenvolve desde 2006, a partir do roteiro de Bruce Wagner (A Hora do Pesadelo 3).
Sobre Maps to the Stars, o diretor declarou recentemente: “Você pode dizer que é um filme hollywoodiano porque os personagens são agentes, atores e empresários, mas não é uma sátira como O Jogador [de Robert Altman]. Hollywood é um mundo sedutor e repelente ao mesmo tempo, e é a combinação disso que a torna tão potente. Eu não vou sucumbir a alguns clichês e slogans simplistas porque a cultura, e o que ela revela sobre a cultura western e sobre o resto do mundo, é muito complexa”.
Cosmópolis será apresentado no Festival de Cannes na próxima sexta-feira e chega aos cinemas brasileiros em 13 de julho. Antes disso, Pattinson estreia no país com Bel Ami - O Sedutor, em 22 de junho. O ator também estará em breve em A Saga Crepúsculo: Amanhecer– O Final, que estreia em 14 de novembro, e em Mission: Blacklist, no qual ele caçará o ditador Saddam Hussein, ainda sem data prevista.
E você, acha que a parceria entre Cronenberg e Pattinson será tão produtiva quanto a do diretor com Viggo Mortensen, que rendeu Marcas da ViolênciaSenhores do Crime Um Método Perigoso? Deixe seu comentário.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Frank Miller, o velho gagá


HQ sobre a atual fase do Frank Miller, depois que ele encontrou aquele alemão terror dos velhinhos Não, não estou falando de Adolf Hittler...


A arte de Bruce Timm

Bruce Timm é o homem que revolucionou as animações da DC. Antes de Batman: The Animated Series, "desenho de super-herois" era sinônimo de Superamigos da Hanna Barbera, ou ainda aquele do Batman e Robin com a ilustre presença do Bat-Mirim.

Bruce Timm revolucionou a área, trazendo o clima sombrio dos gibis do Batman da década de 80 para a televisão na década de 90. O traço cartunesco de Timm criou um padrão Warner de qualidade que seria adotado em todas as animações da DC desde então.





Bom lembrar que a DC está produzindo uma adaptação do Cavaleiro das Trevas do Frank Miller. Após o ótimo Ano Um, que muito se parece com os filmes do Nolan, a versão animada do clássico de Miller virá em duas partes: uma este ano e a outra em 2013. Aqui vai uma prévia:






























quarta-feira, 23 de maio de 2012

Aquela frase

Tirinha de Adão Iturrusgarai.



Primeiro trailer do novo Bond

O novo filme de 007, "Operação Skyfall", estreia somente em novembro, mas pelo jeito a produção está tão adiantada que já liberaram um trailer. Apesar de muitos fãs torcerem o nariz para Daniel Craig, tenho a impressão de que ele protagonizou um dos melhores filmes da série, "Cassino Royale", e revitalizou uma franquia que vinha primando pela repetição, haja vista os últimos filmes com Pierce Brosnan. Tudo bem que "Quantum of Solace" não foi nenhuma maravilha, mas Craig conseguiu imprimir sua marca no personagem de Ian Fleming como poucos antes dele. O ponto essencial desse "Bond do século XXI" é que, pela primeira vez, 007 aparece como realmente é: um sujeito letal que faz o que for preciso para completar uma missão e, também, um agente secreto atormentado em razão do próprio ofício. 
Estou curiosíssimo para saber o que Sam Mendes vai fazer com a série, já que ele é um diretor mais acostumado a dramas intimistas, como "Beleza Americana" e "Foi apenas um sonho", dois filmaços que colocam em xeque a vida da classe média nos subúrbios americanos. Mendes é o primeiro diretor oscarizado a dirigir um James Bond, dizem que por influência de Daniel Craig, com quem havia trabalhado em outro filme excelente: "Estrada para perdição", de 2002. Some-se a tudo isso as presenças de Javier Bardem como o vilão de "Skyfall" e  de Ralph Fiennes como um agente inglês e temos a fórmula perfeita para jogar as expectativas dos fãs lá em cima. Resta saber se o filme vai corresponder.



terça-feira, 22 de maio de 2012

Seja um rockeiro empreendedor!

Ipsis literis do Barulho Digital.



Os 13 MANDAMENTOS para o rockeiro vencedor no Brasil

Em tempos de mundo globalizado, táticas de guerrilha de marketing e competição para a otimização de recursos (sejá lá o que isso queira dizer realmente) se torna imprescindível tornar-se conhecedor deste nosso mundo que nos circunda.
Todas as ferramentas são necessárias para a obtenção da meta, do objetivo único da vida: vencer.
Foi pensando nisso e aproveitando um nicho de mercado que eu formulei 13 tópicos de alta relevância para você, rockeiro vencedor que está destinado a faturar alto, comer muitas mulheres e ter seu nome divulgado igual produto de utilidade pública.

1) ACREDITE.
Eu acredito. Tu acreditas. Ele acredita. Nós acreditamos e a conjugação verbal também.
Acreditar é a primeira parte do processo de perder a noção da coisa. Quanto mais gente acreditar melhor será. Os fãs geralmente não pensam, eles acreditam como fiéis de igreja.
Se Evandro Mesquita, MC Serginho, Dudu França, Xuxa, Jorge Vercilo acreditaram que poderiam ser cantores porque é que você, rockeiro real, não pode acreditar também!?

2) DIGA QUE VOCÊ CURTE ROCK AND ROLL.
Isso é requisito básico pra não queimar o filme com a galera.
Demonstre conhecimento de causa.
Diga que você tem todos os discos dos Ramones mesmo não tendo a mínima idéia de quem foi esse famoso conjunto mexicano.
Diga que conhecia os Mutantes antes deles virarem modinha de playboy e aparecerem na novela da Record.
Comente - com cara de erudito e com sabedoria, claro - que prefere os primeiros discos do Engenheiros do Havaí quando o vocalista ainda era o Cazuza.
Diga que a letra de Strawberry Fields Forever dos Rolling Stones é o bicho.
Lamente em tom melancólico para seus amigos, "Bom mesmo era quando o Morrissey não havia sido enterrado em Paris."

3) VISTA-SE COMO ROCKEIRO
Tudo bem, a crise está aí. Mas não é por isso que você vai deixar de se vestir como rockeiro, não é mesmo?
Rockeiro que é rockeiro tem que chegar chegando. Colocar dez Kg de penduricalhos no pescoço, uma camiseta com uma estampa de um rockeiro-ídolo bem desconhecido de todo mundo tipo Kurt Cobain, um jeans rasgado cirurgicamente na altura do joelho, tênis velho e fedido e uma tatuagem legal. Se sua mãe for brava e não deixar, existem algumas feitas de henna ou adesivadas que saem com sabão e água.
Tudo isso você pode comprar em qualquer shopping comum, mas se preferir existe a Galeria do Rock, o velho e eterno shopping de rockeiro. Com alguma sorte você ate acha uma camiseta do Hanson por preços módicos hoje em dia.

4) DIGA COISAS QUE ROCKEIROS HABITUALMENTE DIZEM.
Parte da boa ou má imagem do rockeiro vem do que sai boca dele. E olha que nem estou me referindo aos efeitos de bebedeiras descontrolada e suas respectivas regurgitadas.
Falo, claro, da capacidade de formar frases que venham a contribuir para a sua reputação.
Diga que sua fama vai ser maior do que a de Jesus Cristo, do Barack Obama, do Sílvio Santos, do presidente Lula e da Joelma do Calypso juntos.
Grite para quem queira ouvir que você deseja envelhecer com dignidade pela previdência social a morrer jovem sem seguro de vida.
Diga que a burguesia fede, mas que os trens de subúrbios - cruz credo - são ainda piores.


5) ARRUME TIETES
Ok, ok. Já diria Nélson Rubens.
Tente ser mais discreto então, use o derivativo politicamente correto. Adquira mediante legítimos métodos econômicos garotas disponíveis e pré-dispostas a emitir sons de vozes agudos e elevados em suas apresentações musicais.
Em bom português. Dê uns ingressos na faixa e peça para que elas gritem à vontade como se você fosse o cara mais lindo e talentoso do mundo. Gritos histericos fazem parte da história do rock. Quanto mais grito, mas ingressos. Quantos mais ingressos, bem, deixa pra lá...
Eu sei que o dinheiro no início de carreria é algo difícil. Mas rockeiro que se mete a ser músico no Brasil é tudo cheio de grana. Então vai lá. Pede aquela mesada adiantada para seu papai. É por uma boa causa. Você acha que as bandas de Brasília fizeram sucesso como?
Aproveite e convide as suas amigas da escola para o show. Sempre dá um caldo...

6) FAÇA AMIZADE COM JORNALISTAS.
Comece a frequentar os mesmos lugares que eles.
Finja que gosta das mesmas coisas que eles.
Jornalistas são fundamentais nessa sua empreitada. Geralmente são formadores de opinião.
Tanto têm poder que tempos atrás tinha até banda que rasgava revista de música em represália por ter sido criticada sem piedade. Um verdadeiro tiro no pé.
Aproxime-se propondo o sucesso e o talento da sua banda. Se o cara for jornalista de verdade mesmo as suas chances de tomar uns tabefes são ENORMES.
Mas tem também aquele tipo de jornalista que aceita MP3 Player, Pen Drive, DVD, CD, camiseta, chaveiro, boné, adesivo, fitinha de Aparecida. É deste que você precisa.
Em troca de sua amizade e de, principalmente, seus presentes, este vai lhe conduzir ao Olimpo...

7) POSE DE MAU
Fator preponderante total na vida de um rockeiro. Pense bem o que seria da vida de Ozzy Osbourne, Marilyn Manson, dos caras do Slayer - e tá - dos dois chatonildos irmãos do Oasis se não existisse a pose de mau?
Pose de mau é tudo para um rockeiro. É através dela que você vai poder dizer que é revoltado.
Ao invés de comer morcego, vestir-se de traveco, fazer clipe cheio de sangue ou brigar com o irmã pense em algo mais criativo.
Diga que fugiu do catecismo, que mordeu a hóstia na missa, que colocou sal a mais na sopa dos escoteiros, que tirou B+ nas provas pra mostrar que não tava nem aí com a escola, que comprou um CD do NX Zero.

8) LEI DA ATRAÇÃO
Essa lei, dizem as pessoas, tem sido um sucesso em outros manuais de vitória.
Se ela funciona em DVD, em livro, então vai funcionar com você também.
Sente-se num canto, feche os olhos e comece a imaginar que você está atraindo sucesso.
Mas faça força (não indicamos tal ação no banheiro, claro). A atração tem que ser verdadeira.
Você tem que se sentir como um elemento do universo, sentir os átomos, os elétrons e todas aquelas coisas minúsculas que ocupam um espaço enorme nas apostilas de Física.
Por garantia, temos certeza absoluta que se o sucesso vier, a chance de você atrair muitos bajuladores é gigantesca.

9) NÃO AFOGUE AS MÁGOAS. AFOGUE O GANSO.
Esse negócio de rockeiro chorão não tá com nada. Rockeiro é mau e precisa fazer coisa errada.
Então, ao invés de ficar se lamentando porque aquela fubanguinha que te deixou sozinho, vai lá e pega a gostosona que tá te dando mole apenas pelo fato de você ser famoso. Ensine o Kama Sutra pra ela, moleque. Até porque se você fosse pobre, ela nem iria pra olhar pra sua cara.
Mas é bom ter cuidado, filhos implicam em pensão alimentícia. E ela ainda pode ficar famosa por sua causa e conseguir um programa de TV diário em horário nobre.

10) ESCOLHA NOMES RIDÍCULOS
Paralamas do Sucesso, Titãs do Ieieiê, Kid Abelha e os Abóboras Selvagens, João Penca e os Miquinhos Amestrados, Engenheiros do Havaí, Nove Mil Anjos, Afrodite se Quiser, etc, etc.
Bem, se deu certo com alguns, não custa nada tentar.


11) TENHA PARENTES IMPORTANTES
Essa já faz parte da história do nosso rock e também serve para você. Esperamos que seu pai seja presidente de gravadora ou trabalhe em gravadora. Também vale embaixador, funcionário público de alto escalão, jornalista, senador, deputado.
Se caso te pegarem com droga no aeroporto é só ligar para o papai.
As coisas serão muito mais fáceis para você e sua carreira.

12) TUDO QUE TERMINA, RESSURGE.
Se o sucesso não for aquele do começo ou dos momentos áureos, uma boa dica é anunciar em tom melancólico - claro - em coletiva a dissolução da banda. Diga que cada integrante vai procurar novos horizontes artísticos de vanguarda tipo disco eletrônico puro ecstasy, gravar cover do Mamonas, etc.
Depois de uns 6 meses ralando e com a grana rareando é só reunir a mesma turma e gravar um disco intitulado, "Reunião" e dizer o mesmo blá, blá, bla de sempre que a banda ainda tem muito a dizer. Nunca falha.

13) E SE NADA DER CERTO?
Bem, daí você pode gravar uma acústico ou mandar um currículo pleiteando um empreguinho na MTV pra um programinha de debate. É tiro e queda.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Como os Bee Gees marcaram uma geração


Lendo sobre a morte de Robin Gibb, que encerrou uma longa luta contra o câncer de cólon, me lembrei da importância da banda dos irmãos Gibb para a música pop dos anos 70. Seu falecimento, nove anos após a morte de Maurice Gibb, põe definitivamente um fim `a longa carreira dos bee gees. Todos sabemos que eles foram um verdadeiro fenômeno de vendas (mais de 250 milhões de discos!), em uma carreira que alternou momentos inspiradíssimos com outros verdadeiramente constrangedores, e claro que a primeira impressão que nos vêm `a mente é a da banda "disco" que fez John Travolta sacolejar em "Os embalos de sábado `a noite", o filme de 1977 que popularizou de vez a cultura das discotecas mundo afora. 
Gosto de interpretar esse filme como mais um típico conto da classe trabalhadora americana, no qual Tony Manero representa outros tantos jovens pobres e sem perspectivas, que encontra nos "embalos" sua redenção, seu momento de brilho, aquele em que se mostra capaz de fazer algo extraordinário. Nesse cenário, as canções dos irmãos Gibb cumprem seu papel. São legítimas pérolas setentistas, aquela mistura tão acurada de melodia e swing que só os artistas daquela época sabiam fazer. Junto com os carpenters, os commodors e tantas outras bandas, os bee gees acertavam em cheio quando se tratava de compor de forma simples e direta, adornando suas canções com arranjos vocais inconfundíveis. Eram composições que transitavam entre o extremamente belo e o incrivelmente "brega", daquelas que escutamos centenas de milhares de vezes sem enjoar.
Uma boa pedida para quem quer aprender um pouco mais sobre a carreira dos bee gees é o documentário "In our own time", de 2010. Tive a oportunidade de assisti-lo no multishow hd e sempre digo que é obrigatório não somente para os fãs, mas para todo aquele que pretende entender um pouco sobre uma banda que se manteve ativa por mais de quatro décadas. Pontuado com depoimentos de Barry, Maurice e Robin Gibb, o filme é uma verdadeira viagem pelos anos 70 e por tudo aquilo que a cultura "disco" representou em termos de apelo estético ou mesmo como filosofia de vida. Aliás, bom demais deve ser assisti-lo em uma sessão dupla com "Boogie Nights", o grande filme de Paul Thomas Anderson sobre a indústria de filmes pornô dos anos 70. E, para os "rockers xiitas", que rejeitam tudo que não seja "pesado" e cheio de "atitude", fica o alerta: o verdadeiro rock and roll foi feito com inspiração, talento e espontaneidade, coisas que os bee gees tinham de sobra. Não foi `a toa que bandas como o faith no more sempre os reverenciavam. 


domingo, 20 de maio de 2012

Onde estarão os privatas?

Quando mostrei o livro do Amaury Jr. (não o cronista social) para meu pai, ele disse que aquilo não ia dar em nada. Eu ingenuamente falei que já estavam abrindo CPI e tal. Infelizmente ele estava certo, e a tal CPI nem passou da fase embrionária, subitamente abortada por uma supostamente mais relevante, envolvendo um senador paladino a verdade, um empresário do jogo e uma gossip magazine semanal.


Na boa, concordo plenamente com Guilherme Scalzilli


Estou andando para a reputação da Veja. 


Mas  me preocupa  a péssima qualidade do sinal do celular (que as operadoras me vendem por 3G achando que eu sou trouxa de acreditar). 


Fico irritado com o péssimo serviço de (tele)atendimento. Imagino o que diriam os privatas nos tempos das Teles públicas se fosse dito que para fazer alguma queixa de que o telefone não funciona, o cidadão teria que... telefonar para o setor de reclamações e ficar esperando na linha.










A Privataria sumiu


Em meio a tantas polêmicas, passa despercebido o súbito esquecimento da Privataria Tucana, tema explosivo que há poucoanunciava um terremoto institucional no país. É verdade que a CPI do Cachoeira, o Código Florestal, a Comissão da Verdade, a Copa do Mundo e outras agendas trabalhosas já saturam as pautas jornalísticas e canalizam o combustível político da base governista. Mas convém ter em vista que a escolha dessas prioridades também deixou sua cota de questionamentos inconclusos.

Causa particular estranheza a importância conferida à CPI do Cachoeira tanto pela esquerda quanto pela imprensa corporativa. Se considerarmos que seus maiores incentivadores no Congresso pertencem à ala petista ligada a Rui Falcão (retratado de maneira pouco lisonjeira no livro de Amaury Ribeiro Jr) e que eles recebem o inusitado apoio dos próprios veículos que tentaram usar a escandalolatria mensaleira para desestabilizar o governo Lula, a opção ganha cores de estratégia.

Para medir a importância econômico-social desse enfoque, basta verificar se o contribuinte está mais preocupado com a reputação da Veja ou com a falta de sinal do celular e as quedas cotidianas das conexões de internet.